A Caixa Cultural-Rio, Centro, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Barbárie e espanto em Canudos”, com xilogravuras de Adir Botelho. A mostra é composta por 142 peças criadas ao longo de duas décadas, entre os anos de 1978 a 1998, e aborda um dos episódios mais sangrentos da nossa história. Inspirado no livro “Os Sertões”, de Euclides da Cunha – que completa 110 anos de publicação em 2012 –, o conjunto de peças nunca foi apresentado completo antes para o público.
A obra consiste numa seqüência de impressionantes imagens sobre o drama ocorrido no sertão da Bahia que mobilizou o Brasil no final do século XIX. A exposição reúne duas séries, “Canudos”, concebida em xilogravura, e a série “Agonia e morte de Antônio Conselheiro”, em desenhos a carvão. Embora os trabalhos possuam caráter independente, as séries se interligam em conjunto harmonioso, com características e traços próprios.
Considerado um dos maiores gravadores modernos brasileiros, discípulo de Raimundo Cela e Oswaldo Goeldi, com quem manteve estreito convívio profissional e afetivo, Adir Botelho “…possui uma sensibilidade rara e uma linguagem extremamente pessoal”, como afirma Monica Xexéo, diretora do Museu nacional de Belas Artes e curadora da exposição.
“Na visão xilográfica de Canudos, há um mundo de imagens, mas o que há de concreto é a guerra, transfigurada em corpos despedaçados, homens e mulheres de mãos erguidas, os olhos luzindo, exaustos, exaltados pela dor e desespero, trazendo dentro de si uma surpreendente e obstinada coragem”, descreve Adir Botelho.
Até 11 de novembro.