Único artista vivo do Grupo Frente – importante movimento artístico criado há exatos 70 anos no Rio de Janeiro, considerado o marco do movimento construtivo no Brasil -, César Oiticica inaugura, no dia 13 de novembro, a exposição “Frente a Frente”, no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ.
Com curadoria de Paulo Venancio Filho, serão apresentadas 20 obras inéditas ou que estão há muito tempo sem serem vistas pelo público, grande parte delas criadas no período em que o artista integrou o Grupo Frente, fundado por Ivan Serpa em 1954 e que teve a participação de importantes nomes, como Abraham Palatnik, Aluísio Carvão, Hélio Oiticica, Lygia Clark, Lygia Pape, Franz Weissmann, Rubem Ludolf, entre outros. Também farão parte da exposição obras recentes, apresentando ao público um panorama da trajetória do artista. Os trabalhos históricos – desenhos e cartões – foram produzidos entre 1954 e 1956, no período em que o artista fez parte do Grupo Frente, no qual ingressou com apenas 16 anos, sendo o mais jovem integrante do coletivo.
Sobre o artista
César Oiticica nasceu no Rio de Janeiro em 1939, onde vive e trabalha, É artista, arquiteto e diretor do Projeto HO no Rio de Janeiro. Começou seus estudos de pintura em 1954 no Curso Livre de Pintura de Ivan Serpa no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro. Integrante do Grupo Frente, César Oiticica participa da segunda exposição do Grupo realizada, em 1956, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, da terceira e quarta do Grupo, realizadas em Itatiaia e Volta Redonda e da 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta que ocorreu em dezembro de 1956 no MAM SP e, em 1957, no MAM/ Rio. Como curador, foi responsável pelas exposições “José Oiticica Filho: Fotografia e Invenção” no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, 2007, e “Hélio Oiticica: Penetráveis”, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, 2008, além de ter sua obra exposta, desde 1984 até 2017, em inúmeras exposições em importantes instituições no Brasil e no exterior. César Oiticica participou da 2ª e da 4ª exposição do Grupo Frente e da 1ª exposição de Arte Concreta no MAM/Rio, em 1955. “Nos seus desenhos e cartões, sentimos o clima de uma época e a decidida intenção construtiva de um jovem no primeiro momento de sua trajetória; a livre estruturação das articulações, combinações e relações formais que caracterizava a abstração geométrica do Grupo, antecipando o neoconcretismo”, diz o curador. O artista participou, ainda, das últimas exposições do Grupo, que ocorreram em 1956, em Resende e em Volta Redonda, no estado do Rio de Janeiro, e da 1ª Exposição Nacional de Arte Concreta, organizada pelos concretos de São Paulo com a colaboração do grupo carioca, em dezembro de 1956 no MAM São Paulo e em fevereiro de 1957 no Ministério da Educação e Cultura (MEC) no Rio de Janeiro. Após a mostra, o Grupo Frente começa a se desintegrar. Dois anos depois, alguns de seus integrantes iriam se reunir no Movimento Neoconcreto, um dos mais importantes da arte moderna brasileira.
Até 02 de fevereiro de 2025.