No próximo sábado, dia 18 de julho, às 14h30, o cineasta Bruno Barreto e a artista Claudia Melli participam de bate papo no MAM-RIO – Museu de Arte Moderna -, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, sobre os trabalhos que ela expõe na mostra “Lugares onde nunca estive”, em cartaz no museu. Outro ponto a ser discutido é a influência do cinema nas artes visuais e da pintura no cinema. No encontro será lançado o catálogo da exposição que fica no MAM até o dia 15 de agosto.
A mostra “Lugares onde nunca estive” oferece um percurso pela produção de Claudia Melli nos últimos anos, onde foram selecionadas obras relevantes dentro de cada série. Na exposição são apresentados 17 trabalhos, incluindo obras inéditas.
Sobre a artista
Claudia Melli costuma abordar em suas obras a questão da luz e do enquadramento, criando novos horizontes e perspectivas, que são resultado de registros de sua memória que a motivaram a explorar possibilidades, se apropriando de paisagens imaginárias, retomando as indagações sobre a natureza de nossos mecanismos de percepção. Sua técnica de desenho utilizando o nanquim sobre o vidro testa os limites entre desenho, pintura e imagem, tornando perto o que parece distante.
Sobre Bruno Barreto
Bruno Barreto nasceu 16 de março de 1955 já em berço esplêndido, pelo menos cinematograficamente falando. Seus pais são os produtores Lucy e Luiz Carlos Barreto, donos da Produtora ‘LCD Barreto Filmes do Equador’, responsável por importantes filmes brasileiros como “Assalto ao Trem Pagador”, de Roberto Farias (1961), “Vidas Secas”, de Nelson Pereira dos Santos (1963) e “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha, sem contar a maioria dos filmes de Bruno e seu irmão, Fábio Barreto, diretor do também indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro por “O Quatrilho” (1995).
O jovem Bruno decidiu entrar para a carreira de cineasta, filmando desde novo alguns curtas dentre eles “Bahia, à vista”(1967), que aparece nas listas da sua filmografia com seu primeiro trabalho. Cinco anos depois, com apenas 17 anos, filmou seu primeiro longa, “Tati, A Garota” (1972), onde dirigiu atores experientes como Dina Sfat, Hugo Carvana e Wilson Grey. Dois anos depois veio o segundo filme, o drama “A Estrela Sobe”, com Betty Faria. Seu terceiro filme, “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), foi realizado aos 21 anos. Bruno adapta a famosa obra de Jorge Amado e coloca como protagonistas Sonia Braga (a Dona Flor), José Wilker e Mauro Mendonça (seus dois maridos). O resultado foi a melhor bilheteria nacional de todos os tempos, com aproximadamente 12 milhões de espectadores. Outra incursão de Bruno Barreto na vasta obra de Jorge Amado foi com o filme “Gabriela, Cravo e Canela”, onde imortalizou Sonia Braga no papel de Gabriela e ainda contou com um dos maiores atores de todos os tempos no elenco, o italiano Marcelo Mastroianni. Ainda no campo das adaptações, outro clássico que Bruno levou aos cinemas foi “O Beijo do Asfalto” (1981), peça de Nelson Rodrigues.
Depois de mais duas produções ainda nos anos 80, “Além da Paixão” (de 1985, com Regina Duarte) e “Romance da Empregada” (de 1987, com Betty Faria), Bruno Barreto teve nos anos 90 uma ampla carreira internacional. Mas foi com um trabalho brasileiro, o único da década, “O Que é Isso, Companheiro?”, que conseguiu chegar a maior premiação do cinema, o Oscar, levando o longa à indicação de melhor filme estrangeiro. Nos últimos anos, Bruno até se arriscou em uma grande produção hollywoodiana, “Voando Alto” (2003), protagonizado pela estrela Gwyneth Paltrow. Mas o filme foi um grande fracasso comercial e de critica, o que fez o cineasta afirmar iria concentrar seu trabalhos mais no Brasil. Em produções brasileiras, Bruno rodou ultimamente “Bossa Nova” (2000), comédia romântica que se passa no Rio de Janeiro e tem como par romântico sua mulher Amy Irving e galã Antonio Fagundes. Em 2013 dirigiu o drama de época “Flores Raras” que recria o relacionamento amoroso entre a arquiteta e paisagista brasileira Lota de Macedo Soares (Gloria Pires) e a poeta americana Elizabeth Bishop (Miranda Otto), no Rio de Janeiro dos anos 1950 e “Crô – O Filme” protagonizado por Marcelo Serrado e baseado no mesmo personagem da Novela da Rede Globo Fina Estampa. “Não existe receita de sucesso. Veja o caso do Bossa Nova. Não fiz porque faria sucesso, mas porque tinha saudade do Rio. Se o Woody Allen fez Manhattan, eu quis fazer o Bossa Nova”. Levar o Brasil para concorrer ao Oscar de melhor estrangeiro com o filme “O Que é Isso, Companheiro?” (1997) e ser dono da segunda bilheteria de um filme brasileiro, com aproximadamente 10,8 milhões de espectadores com o filme “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976), recorde que permaneceu há mais de trinta anos quando foi superado por “Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora É Outro”. Estes são apenas dois exemplos da carreira do cineasta carioca Bruno Barreto, mas sua biografia não se resume a isso