As obras de Marcelo Catalano são convidativas e propõem um mergulho, uma imersão dentro das cores. Conhecido como grande colorista, e pelas famosas “colorbars”, de cores pensadas e racionalizadas para parecerem aleatórias e reflexivas, o trabalho do artista lembra a cidade que se assemelha ao seu sobrenome, a Catalunha, cenário de alta musicalidade e cor. Após um ano se dedicando à nova série que se destaca pela evolução da técnica e acabamento, além da chegada do prata e das cores fluorescentes, agora a ideia é propor um mergulho intenso nos seus tons fortes e quentes. Catalano abre a mostra “Superfície” que acontece no dia 31 de março, na Tramas Galeria de Arte, Shopping Cassino Atlântico, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ.
As 12 telas (pintura sobre tela) inéditas convidam o público para uma viagem sensorial e estética das barras coloridas, que extravasam e invadem as paredes da galeria como uma linha melódica de suas composições de cores personalizadas, transparecendo ritmicamente como as teclas de um piano como se fosse uma composição real de várias entonações , sendo que de cores ao invés de sons.
A exposição ganha também obras que contém a palavra e a figura, recentemente introduzidas para o repertório do pintor/colorista que sempre alimentou o fascínio pela Pop Art e também pelas artes gráficas. A mostra “Superfície” é marcada pelas investigações das possibilidades da pintura na abstração geométrica e o gosto do artista pelas superfícies planas de cores chapadas.
Para a curadora Clarisse Tarran, que assina a exposição, “Superfície” nos traz um conjunto de obras que se relacionam como peças em um jogo aberto de vetores. “Marcelo Catalano caminha de suas linhas ritmadas para planos variáveis em volumes inesperados. A partir da marca primordial de sua pintura, as colorbars, com sua vibração ótica do espectro de cores intensas ou até ácidas, o artista vai nos provocando com pinturas-quase-objetos que se projetam, sutilmente, em um desdobramento da segunda para a terceira dimensão, nos remetendo a espaços topológicos. Questões pictóricas que nos levam à pergunta pintada em uma de suas telas: Why not?”, finaliza.
Sobre o artista
Jornalista por formação, e músico nas horas vagas (o artista foi guitarrista de uma banda de rock na década de 80 e excursionou pelo Brasil com o Double You na década de 90), neto do grande ator Humberto Catalano, que participou de mais de 60 filmes, começando no início do cinema mudo, Marcelo se inspira em tudo o que tem ritmo e camadas, como a música, a moda e a literatura. Iniciou os estudos de artes em março de 1999 na Escola de Artes Visuais do Parque Lage sob a supervisão de Ronaldo do Rego Macedo, Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale e Daniel Senise, onde permaneceu até o outono de 2002. Neste mesmo ano, recebeu o prêmio Heineken Novos Talentos da Pintura no Museu da República, Rio de Janeiro. Realizou exposições individuais em lugares como a Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa e Centro Cultural Cândido Mendes (Rio de Janeiro), Artefacto (Miami), Esfera (São Paulo) e coletiva na Galeria A gentil Carioca, entre outros espaços. Seus trabalhos já estiveram presentes em feiras como a Pinta (NYC) e SP Arte e estão em coleções como a do Heineken Museum (Amsterdam).
Até 30 de abril.