Waltercio Caldas é o convidado da Conversa com Artista na Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS. O bate-papo, comandado por Felipe Scovino, curador de Narrativas em Processo: Livros de Artista na Coleção Itaú Cultural, em cartaz na Fundação Iberê Camargo, tem como tema as obras de Waltercio Caldas, que integram essa mostra.
No dia 16 de março (sábado), às 16h, o Itaú Cultural e a Fundação Iberê realizam mais uma edição da Conversa com Artista, um bate-papo entre o artista Waltercio Caldas e o curador Felipe Scovino sobre as sete obras de Caldas presentes na exposição Narrativas em Processo: Livros de Artista na Coleção Itaú Cultural, em cartaz até 31 de março. Ao final, a conversa é aberta às perguntas do público. Por volta de uma hora e meia, eles exploram os processos de produção e os contextos dos livros Simétrica (1995), O Livro Velázquez (1996), Momento de Fronteira (1999), Estudo sobre a Vontade 1975 (2000), De Arte (2001), Outra Fábula (2009) e Como Imprimir Sombras (2012), todos de autoria de Waltercio Caldas. “Waltercio Caldas é o artista mais bem representado nesse recorte de livros de artista da exposição. Por isso, faremos uma mesa focada na fala dele sobre esses trabalhos e a relação deles com as suas outras obras, como as esculturas e desenhos”, adianta Felipe Scovino. “A ideia é contar essa história, não só da produção dos livros dele, mas da importância desse tipo de arte na produção plástica brasileira”, completa.
A exposição
Porto Alegre é a oitava cidade a receber essa mostra, que exibe mais de 40 obras do acervo do IC com foco nos artistas brasileiros na transição entre o moderno e o contemporâneo. Elas estão distribuídas em cinco eixos: Rasuras, Paisagens, Álbuns de Gravura, Uma Escrita em Branco e Livros-objetos. Rasuras reúne peças que se colocam à margem de uma narrativa obediente ao pragmatismo. Em Paisagens os livros podem problematizar a paisagem enquanto um labirinto sensorial. Álbuns de gravura concentra distintas análises, que exploram a reflexão sobre o diálogo entre a produção artística e os meios de experimentação. No núcleo Uma escrita em branco, os visitantes encontram obras livros que evidenciam a forma, o peso e a estrutura da obra ao invés da palavra. Por fim, o eixo Livros-objetos reúne e homenageia os pioneiros no Brasil dos chamados livros-objetos e sua intersecção direta com a poesia concreta.
Sobre a Fundação Iberê Camargo
Iberê Camargo construiu, ao longo de sua carreira, uma imagem sólida de trabalho e profissionalismo. O resultado desse esforço e olhar para a arte estão preservados em uma fundação que leva o seu nome. Neste espaço, o objetivo é o de incentivar a reflexão sobre a produção contemporânea, promover o estudo e a circulação da obra do artista e estimular a interação do público com a arte, a cultura e a educação, a partir de programas interdisciplinares. O artista produziu mais de sete mil obras, entre pinturas, desenhos, guaches e gravuras. Somando-se a esta ampla produção artística, estão diversos documentos que complementam suas obras e registram sua trajetória, já que o artista e sua esposa, Maria Coussirat Camargo, tiveram como preocupação constante a preservação da documentação e de sua produção. Toda a coleção compõe o Acervo Artístico e o Acervo Documental da instituição. São 216 pinturas que abrangem o período de 1941 a 1994; mais de 1500 exemplares de gravuras em metal, litografias, xilogravuras e serigrafias; e mais de 3200 obras em desenhos e guaches. Entre suas obras, destaque para um autorretrato pintado a óleo sobre madeira. Livre das regras do academicismo, Iberê sempre buscou o rigor técnico, mantendo-se fiel às suas memórias (o “pátio da infância”), e ao que considerava ético e justo. Sua pintura expressa este não alinhamento com os movimentos e as escolas. Dentre as diferentes facetas de sua vasta produção em desenho, gravura e pintura, o artista desenvolveu as conhecidas séries Carretéis, Ciclistas e As Idiotas, que marcaram sua trajetória.
Sobre a Coleção Itaú
Todas as peças desta exposição pertencem ao acervo do Banco Itaú, mantido e gerido pelo Itaú Cultural. A coleção começou a ser criada na década de 1960, quando Olavo Egydio Setubal adquiriu a obra Povoado numa planície arborizada, do pintor holandês Frans Post. Atualmente reúne mais de 15 mil itens entre pinturas, gravuras, esculturas, fotografias, filmes, vídeos, instalações, edições raras de obras literárias, moedas, medalhas e outras peças. Formado por recortes artísticos e culturais, abrange da era pré-colombina à arte contemporânea e cobre a história da arte brasileira e importantes períodos da história de arte mundial. Segundo levantamento realizado pela instituição inglesa Wapping Arts Trust, em parceria com a organização Humanities Exchange e participação da International Association of Corporate Collections of Contemporary Art (IACCCA), esta é a oitava maior coleção corporativa do mundo e a primeira da América do Sul. As obras ficam instaladas nos prédios administrativos e nas agências do Banco no Brasil e em escritórios no exterior. Recortes curatoriais são organizados pelo Itaú Cultural em exposições na instituição e exibidas em itinerâncias com instituições parcerias pelo Brasil e no exterior, de modo a que todo o público tenha acesso a elas e tendo alcançado cerca de 2 milhões de pessoas. Em sua sede, em São Paulo, o Itaú Cultural dedica duas mostras voltadas para as coleções Brasiliana e Numismática, expostas de forma permanente no Espaço Olavo Setubal e no Espaço Herculano Pires – Arte no dinheiro.