“Frequentes Conclusões Falsas” é nome de seis das 11 obras (pinturas, gravuras e desenhos) que David Magila apresenta na exposição “Meio-Fio”, na OMA Galeria. Peças que integram uma série com mais quadros e questionam as interpretações que damos às cenas cotidianas. O texto curatorial é assinado por Sarah Rogieri.
Com traços bidimensionais e uma paleta de cores opacas que saltam aos olhos, o artista não utiliza de muitos truques para instigar o público a reconhecer lugares que mostram-se comuns e, ao mesmo tempo, apenas guardados na memória, em que não se sabe ao certo o quanto ainda há de movimentação e intervenção humana, mas em suas telas é possível sentir que naqueles traços há uma história presente no local retratado.
Segundo o galerista do espaço, Thomaz Pacheco, que conheceu a arte de Magila há mais de um ano – desde então foi iniciado um diálogo para a realização de ações na galeria –, as nomenclaturas escolhidas por ele dizem um tanto sobre o que o espectador vai encontrar. “Meio-fio (que denomina a exposição) é um lugar define limites. Muito se passa nessa linha de concreto denominada Meio-fio, e talvez essa seja uma pista, um convite para adentrar em sua poesia. Afinal, qual limite é esse que o David quer mostrar? Há um sarcasmo nas construções retratadas, e a meu ver, essa brincadeira de sobrepor as partes que compõem a imagem, criando formatos únicos e ao mesmo tempo reconhecíveis, acaba por aproximar o espectador”, comenta.
A palavra do artista
“Estas obras falam das coisas que passam. Chamo atenção para cenas corriqueiras, que representam um vazio comum e que a primeira vista não têm um foco de atenção expressivo. É um jeito de dar valor para estes momentos que passam desapercebidos”, finaliza.
Sobre o artista
Com 37 anos, nascido no ABC Paulista, em São Caetano do Sul, porém morador da capital paulista desde a infância, David Magila retorna à região com um currículo de peso. Ele já recebeu alguns prêmios importantes, como no 40º Salão de Arte de Ribeirão Preto; SP e o 3º Concurso Itamaraty de Arte Contemporânea, Palácio do Itamaraty, Brasília-DF; possui obras nas coleções públicas do Museu de Arte de Ribeirão Preto, Ministério das Relações Exteriores, Casa do Olhar, Santo André-SP; Centro Cultural Brasil Estados Unidos, Santos – SP.
Até 22 de outubro.