Em exibição na Tramas Galeria de Arte, Shopping Cassino Atlântico, Rio de Janeiro, RJ, novos trabalhos do artista visual Denis Cosac, em cujo currículo consta a Faculdade de Arquitetura. No meio do caminho, resolveu mudar a direção e seguir pela estrada das artes plásticas. O que o fez mudar de ideia foi pensar que ele queria mais e além, tanto que hoje, além de ter se firmado no mercado de arte contemporânea, ainda trabalha como produtor musical. Sua arte já estampou paredes do Carroussel du Louvre, através do projeto Salon de la Société Nationale des Beaux-Arts, em 2011, onde ficou entre os 15 brasileiros selecionados. Denis destaca-se pela força da simplicidade de seu traço preto no branco, produzindo desenhos gráficos sobre tela. Apresenta sua arte através de estudos desenvolvidos utilizando croquis e perspectivas com traços humanizados, e isso veio da inspiração na arquitetura. Em sua trajetória estão uma série de coletivas como o 5º Salon D’Art Contemporain, Palais de Beaulieu, Lausanne, Suíça; Galeria Nádor, Budapeste, Hungria.; Brazilian Contemporary Art, Ward–Nasse Gallery, N.York, EUA; Affordable Art Fair, Los Angeles, EUA; “Re-Toques” – Galeria Entrecores, SP, entre outras. Na atual exposição da Tramas, Denis exibe 13 trabalhos, entre eles uma instalação, onde dentro das características de sua trajetória, ainda vai agregar a sua experiência com a música. A fila de pessoas representa um sample, ou seja, uma amostra de áudio, e o público vai se deparar com telas relacionadas à objetos musicais, como o teclado. A exposição contará com instrumentos espalhados, como guitarra, além de cabos e plugs compondo o cenário. A mão solta do artista, aperfeiçoada através da arquitetura, dará ênfase à perspectiva e movimento. Tudo reflete a personalidade e way of life de Denis.
Segundo o crítico Felipe Scovino há algo veloz e intransigente, sutil e complexo nos desenhos de Denis Cosac. “Suas representações são silenciosas mas nunca disciplinadas, há uma relativa ambiguidade entre um traço ligeiro e persistente e a ideia de paisagem, e é nessa apreensão que percebemos a qualidade da sua obra, ou seja, sua principal vocação ao ser fabricada é dirigir o olhar e percepção justamente para o que ocorre no mundo”, completa Felipe.
As formas sem rosto mostradas pelo artista sugerem uma impossibilidade de se identificar nominalmente as figuras e isso nos encaminha rapidamente para uma zona em que percebemos que o outro não é tão distante de nós. As obras de Denis Cosac posicionam o desenho dentro de um repertório contemporâneo que o coloca com uma velocidade e um arrojo que são particularmente difíceis de serem conciliados. O artista de certa forma aponta um dado utópico: nesse descomprometimento de uma paisagem alegre e fervilhante (cujas menções a música ou a um ambiente sonoro é reforçado invariavelmente em sua obra), a imagem de uma massa homogênea não faz com que percamos o significado de nossas individualidades, mas pelo contrário, reforça uma natureza política solidária e utópica do indivíduo.
De 14 de março a 13 de abril.