No dia 15 de abril, a Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, RS, inaugura uma exposição com desenhos do grande artista. A iniciativa de mostrar esses trabalhos, muitos deles jamais ou raramente expostos, foi da artista Vera Chaves Barcellos. Além de lançar luz sobre a produção de Iberê Camargo, a exibição de “Iberê Camargo: Desenhos” será uma imersão no processo criador do artista e no ser humano que ele foi. A exposição “Iberê Camargo: Desenhos” traz a curadoria criteriosa da artista Vera Chaves Barcellos, abrangendo desde os primeiros estudos do pintor até a sua morte, em agosto de 1994.
Dos mais de 3,7 mil trabalhos disponibilizados pelo acervo, a artista escolheu 432. Desses, 163 serão expostos, e o restante exibidos através de projeção. O apanhado inclui desenhos da figura humana – desde estudos de aprendizagem do início da carreira do artista e que retornaram no início dos anos 1980 até o final de sua vida; retratos de homens e mulheres – acadêmicos, expressionistas da década de 1980 e de diversas épocas de sua companheira, Maria Camargo; autorretratos que atravessam a vida do pintor; paisagens; carretéis e desenhos da sua última fase. Para a curadora da mostra, o desenho é a mais espontânea e, talvez, a mais reveladora das formas de expressão de Iberê.
“Tive a consciência de que a maioria das mostras realizadas até agora na Fundação se concentrou principalmente na pintura de Iberê Camargo, sem dúvida, a sua maior contribuição para a arte brasileira, seguida de perto por sua extensa produção de gravura, especialmente a gravura em metal. Como vários outros curadores, primeiramente, pensei em organizar uma mostra de suas pinturas, já que esta seria sua expressão máxima, a mais cultuada e certamente a mais nobre. Mas ao deparar com seus desenhos, optei por estes. (…) Constatei que neles poderia haver uma maior revelação de quem fora Iberê Camargo, em todos e extremamente variados momentos de seu inquieto e conturbado temperamento. Seria possível um processo analítico de sua personalidade e psiquismo por meio unicamente de seus desenhos, desvendando seus valores e suas certezas, suas obsessões, seus traumas, seus medos e seus fantasmas”, escreve Vera para o catálogo da exposição. A mostra seguirá em cartaz até 15 de outubro.
O estranho desaparecimento de Vera Chaves Barcellos
Vera Chaves Barcellos, 85 anos, será um dos grandes destaques da programação da Fundação Iberê Camargo em 2023 e a terceira mulher a ocupar mais de um andar do centro cultural, depois de Regina Silveira (“Mil e um dias e outros enigmas”, em 2011) e Maria Lídia Magliani (“MAGLIANI”, em 2022).
Em 06 de maio, abrirá a exposição “O estranho desaparecimento de Vera Chaves Barcellos”. Com curadoria de Raphael Fonseca (RJ), a mostra traz um recorte de obras realizadas ao longo de 60 anos, que abrange experimentações com pintura e desenho e, num segundo momento, com a xilogravura até trabalhos mais recentes, destacando seu infinito diálogo com a fotografia, além de livros de artista e vídeos.
A Fundação Iberê tem o patrocínio do Grupo Gerdau, Itaú, Grupo Savar, Renner Coatings, Grupo GPS, Grupo IESA, CMPC, Perto, Ventos do Sul, DLL Group e apoio da Renner, Dell Technologies, Laghetto Hotéis, Coasa Auditoria, Syscom e Isend. Realização: Petrobras e Ministério da Cultura/ Governo Federal.