A Galeria Lume, Jardim Europa, São Paulo, SP, exibe, simultaneamente, as individuais “Sentidos da Pele” de Gal Oppido e “A Bahia e seus sentidos” de Akira Cravo com curadoria dos próprios artistas. Em “Sentidos da Pele”, Gal Oppido apresenta 32 trabalhos onde os ensaios exploram o corpo humano como uma fonte geradora de significados quando sob interferências externas, sejam elas alegóricas, cirúrgicas, ou comportamentais. Nos registros da série “Bahia e seus sentidos” de Akira Cravo, as 14 fotografias exibem a “poesia” da Bahia, que ultrapassa e desafia qualquer paradigma, retratando um povo belo e plural.
Gal Oppido em sua individual, constrói suas obras com a pele – maior órgão humano que traduz em sua topografia o que um corpo deseja – em elemento base dando ênfase à capacidade do homem de “transformar a matéria e como essa ação transfigura seu corpo”. Buscando explorar diferentes padrões e suas identidades, o artista procura, através de seu olhar, as particularidades que deles emana como espaço, luz e cromatismo e a partir dessas premissas, que representam o par gerador dos trabalhos, Gal determina seus suportes – fotografia, desenho, performances ou imagens cinéticas. Um dos destaques de “Sentidos da Pele” são as peças escultóricas de vidro formando duas obras vitreopercussivas que provocam sons quando do contato entre performer e pingentes de cristal. Para o artista, “a manifestação autoral que se vale da imagem como suporte e das inquietudes de seu emissor, necessita da cumplicidade entre forma e conteúdo, sem perímetros que constranja seu objeto estético, conduzindo a técnica e seus instrumentos a favor da integridade de seu discurso“.
Em sua primeira individual na galeria, Akira Cravo expõe 14 fotografias da série inédita “A Bahia e seus Sentidos” construindo uma visão poética fidedigna do povo da Bahia, suas crenças no sagrado e profano, festas de largo, religiosidade, sincretismo do candomblé com o catolicismo e, especialmente, na luminosidade, que segundo o artista, existe apenas na Bahia. A proposta conceitual de Akira Cravo é possibilitar um contato mais próximo com o universo da magia que revela uma Bahia antiga, um povo belo por natureza que transmite poesia no olhar, a vaidade natural, a beleza do cenário natural e com especial ênfase, o povo. “A Bahia cheia de mistérios, mitos e sentidos”, declara. A sensibilidade do artista ao retratar seus personagens advém se sua busca pela beleza do simples. Ao externar sua visão no registro obtido, Akira Cravo cria uma marca que perdura através do tempo. Sua preocupação com os parâmetros de enquadramento são sua assinatura. “Trago o torso, o corpo e o rosto. Junto e separado em imagens pulsantes, coloridas, cheias de vida, de força e de fé”, define o artista.
Com as individuais, existe a possibilidade de retratar uma mesma sensação de formas únicas, transformando a arte em infinitas possibilidades de resultados únicos. Nos trabalhos apresentados tem-se tanto fotografias que “são inspiradas na poesia, que supera qualquer paradigma”, de Akira Cravo como criações onde “o fazer estético exclui sua inclusão a priori a uma ordem estabelecida” de Gal Oppido. Nessa combinação a Galeria Lume mantém sua proposta de proporcionar ao público conceitos, técnicas e estilos diversificados, porém complementares, no sentido de contribuir para a formação cultural dos espectadores. Coordenação: Felipe Hegg, Paulo Kassab Jr. e Victoria Zuffo
De 17 de maio a 18 de junho.