Olá, visitante

AGENDA CULTURAL

Duas mostras no MASP

 

 

O MASP, Avenida Paulista, São Paulo, SP, abriga duas exposições poderosas que apontam uma parte da diversidade nacional: “Dalton Paula: Retratos Brasileiros”, com pinturas sobre lideranças e personalidades negras; e “Joseca Yanomami: Nossa Terra-Floresta”, com obras sobre a vida e a cosmologia do povo Yanomami. As duas mostras ficam em cartaz de 29 de julho a 30 de outubro.

 

Arte negra

 

Com curadoria de Adriano Pedrosa, Glaucea Britto e Lilia Schwarcz, a mostra “Retratos Brasileiros” reúne 45 pinturas – muitas delas inéditas – do artista contemporâneo brasiliense Dalton Paula. Ele produziu 12 desses trabalhos com apoio do MASP, e, por isso, as obras foram doadas para a instituição. As pinturas retratam lideranças e personalidade negras que foram historicamente invisibilizadas no Brasil. As obras são o resultado de um longo processo criativo, que passa por um estudo de biografias dos homenageados e a coleta de documentos sobre eles, como fotos e recortes de jornal. Entre essas figuras, estão a escritora Maria Firmina dos Reis, considerada a primeira romancista negra no país; Manuel Congo, o líder da maior rebelião de escravos no Vale do Paraíba; e Assumano Mina do Brasil, um famoso alufá (nome dado aos líderes religiosos muçulmanos no norte da África) no Rio de Janeiro. Em sua investigação, o artista busca ressignificar e dar protagonismo às contribuições de personalidades afrodescendentes.

 

Arte Yanomami

 

Já a mostra “Nossa Terra-floresta” é pautada pela celebração aos 30 anos da homologação da terra indígena Yanomami. Com curadoria de Adriano Pedrosa e David Ribeiro, a exposição reúne 93 desenhos do artista Joseca Yanomami, que retrata personagens, cenas, paisagens, mitologia desse povo indígena. O artista adota como referência a floresta amazônica e os vários seres que a habitam. Os cantos xamânicos, a vida cotidiana dos Yanomami e as lutas das lideranças indígenas e dos espíritos também são elementos presentes nas obras, que foram produzidas entre 2011 e 2013. Muitos dos desenhos são acompanhados por descrições feitas originalmente em yanomami pelo artista e que dão conta das dimensões cosmológicas presentes em sua narrativa visual. A obra “Urihi xi wãrii tëhë thë urihi huëmaɨ wihi thëã (Os xamãs seguram a terra quando esta entra em caos)”, de 2011, por exemplo, se preocupa em demonstrar o trabalho de preservação da terra pelos xamãs.

 

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sua mensagem foi enviada com sucesso!