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Elizabeth Jobim no MAM-RIO

O MAM – Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ, apresenta a exposição “Elizabeth Jobim – Blocos”, sua primeira individual no Museu, com 13 obras da inédita série “Blocos”, produzidas este ano. Com curadoria de Luiz Camillo Osorio, a artista exibe blocos de dois metros de altura, com pinturas a óleo sobre tela e madeira. Cada trabalho – ou bloco – está disposto em conjuntos de um, dois ou três elementos, cada qual com uma cor distinta. Além do azu – marca da produção da artista – e cores escuras como o verde musgo e o bordeaux, estão nesta exposição trabalhos em cores vibrantes como amarelo limão, laranja e azul turquesa, ou neutras como cinza e ocre. As obras foram pensadas especialmente para o espaço do Museu.

 

Os primeiros elementos com volume aparecem em sua pintura a partir de 2008, quando as telas, dispostas lado a lado, tinham profundidades diversas e assim ganhavam relevo. Na mostra “Endless Lines”, na Lehman College Art Gallery, em Nova York, as telas recobriam as paredes e formavam um único trabalho, cercando o visitante. Nesta exposição, pela primeira vez na trajetória da artista, as obras ganham o espaço. “Antes, o visitante estava rodeado pelo trabalho, que ocupava as paredes. Agora, no MAM, o espectador é quem vai rodear o trabalho, com o seu corpo. A diferença é que a pintura desta vez não tem a parede para se apoiar”, ressalta Elizabeth Jobim.

 

 

Nestes trabalhos, a artista estabelece relações com o neoconcretismo, em especial com os “Objetos Ativos”, de Willys de Castro e os “Penetráveis” de Hélio Oiticica. Luiz Camillo Osorio, ao escrever sobre a exposição, observa que “…este novo momento da obra, todavia, já vinha amadurecendo há algum tempo, com os planos de cor se avolumando e se deslocando na superfície da pintura. Neste salto dos “Blocos” – que remetem aos objetos ativos de Willys de Castro e também aos objetos específicos de Donald Judd  – a estrutura geométrica fica mais solta, assumindo uma corporalidade mais frágil e menos impositiva. As relações de cor são criadas nos intervalos pelos quais o espectador caminha e a apreensão integral da forma instalada só se dá por partes e de modo fragmentado. Os “Blocos” são arejados, vibram com a presença da cor e deixam o olhar caminhar de modo sereno e sem pressa”.

 

“Esta exposição de Beth Jobim é um momento novo de sua obra, deslocando a pintura e a cor para atuarem diretamente no espaço real do espectador. Os ‘Blocos’ são ao mesmo tempo pintura, escultura e instalação. Eles funcionam isolados, como blocos ativos de cor, mas também podem ser integrados enquanto instalação, dinamizando todo o espaço a sua volta. O espectador deve percorrê-lo livremente, criando sua própria narrativa de apreensão e circulação. Creio, entretanto, que o elemento condutor será a atração cromática de cada bloco que vai puxando o movimento do corpo nesta ou naquela direção”, afirma o curador. Esta é a primeira exposição institucional da artista no Rio de janeiro desde “Aberturas”, realizada no Paço Imperial em 2006. Em 2010, a Pinacoteca do Estado de São Paulo organizou a exposição “Elizabeth Jobim – Em azul”.

 

 

Sobre a artista

 

 

Elizabeth Jobim nasceu em 1957 no Rio de Janeiro, onde estudou desenho e pintura com Anna Bella Geiger, Aluísio Carvão e Eduardo Sued. Formou-se em Comunicação Visual na PUC/RJ, em 1981. Cursou especialização em História da Arte e da Arquitetura Brasileira em 1988-1989. De 1990 a 1992, fez mestrado em Fine Arts, MFA, na School of Visual Arts de Nova York. Lecionou no Ateliê de Desenho e Pintura da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, Rio de Janeiro), em 1994 e 2010. Entre as exposições que participou, destacam-se: Salão Nacional de Artes Plásticas, no Museu de Arte Moderna, Rio de Janeiro, 1982/1983; Como vai você Geração 80?, no Parque Lage, Rio de Janeiro, 1984; Rio hoje, no MAM-RIO, 1989; Panorama da arte atual brasileira, no MAM – SP, 1990); Influência poética: dez desenhistas contemporâneos, Amilcar de Castro e Mira Schendel, no Paço Imperial, Rio de Janeiro, 1996; Brasil arte contemporânea brasileira, na Galeria Nacional de Belas Artes, Pequim, China, 2001; O espírito de nossa época: coleção Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz, no MAMA – Rio e MAM – SP, 2001; Caminhos do contemporâneo – 1952/2002, no Paço Imperial, Rio de Janeiro, 2002  e 5ª Bienal do Mercosul, Porto Alegre, RS, 2005; Aberturas, no Paço Imperial, Rio de Janeiro, 2006;  Endless lines, na Lehman College Art Gallery, Nova York, 2008  exposta concomitantemente à instalação Sem fim, na Lurixs Arte Contemporânea, Rio de Janeiro; Voluminous, na Frederico Sève Gallery, Nova York, 2009; Em azul, na Estação Pinacoteca, São Paulo, 2010; Art in Brasil 1950-2011 – Europalia 2011, no Palais des Beaux-Arts, Bruxelas, Bélgica, 2011; Mineral, na Lurixs Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, 2012 e Forma e Presença, na Simões Assis Galeria de Arte Curitiba, PR, 2013) e Aproximações Contemporâneas, na Roberto Alban Galeria de Arte, Salvador, BA, 2013. Elizabeth Jobim é filha do famoso compositor Tom Jobim.

 

 

De 20 de junho a 18 de agosto.

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