A galeria Emma Thomas, Jardins, São Paulo, inaugurou simultaneamente as exposições “N.A.A.T.”, do paulistano Hugo Frasa, e “Upon a painted ocean…”, do australiano Adam Nankervis. “N.A.A.T.” é a primeira exposição individual de Hugo Frasa. Ocupando a sala principal da galeria, o artista traça um panorama de sua produção, tendo como ponto de partida a série de pinturas inéditas, produzidas entre 2013 e 2014 com spray de tinta, numa forma de observação irônica à difusão contemporânea do concretismo brasileiro.
Ao redor dessa série, expondo seu processo de criação, apresenta-se uma constelação de obras composta por pinturas, fotos, objetos, música, vídeo e uma instalação. Através desses trabalhos, percebe-se o olhar crítico e sarcástico do artista sobre a produção contemporânea, evidenciando seu deslocamento geracional e seu diálogo entre racionalismo formal e estética pop, música, moda e comportamento de rua. Para o projeto expográfico e curadoria da mostra foi convidado o arquiteto Fernando Falcon.
Em “Upon a painted Ocean…”, Adam Nankervis se inspirou no poema “The Rhyme of the Ancient Mariner”, de Colleridge. O artista, em sua contínua investigação geopolítica, ambiental e sociocultural, sugere uma aterrorizante previsão no atual dilema de conflito global e negligência ambiental.
Em sua série fotográfica, Adam Nankervis trabalhou com David Medalla e Daniel Kupferberg, com retratos performáticos, cuja série intitula-se “The Albatross’ Nest”, aludindo às serpentes que enredam as ficções de marinheiros a bordo de um navio sem rumo. A série, que evoca o albatroz em sua jornada por alimento regurgitado em alto-mar, se confunde com a jornada do próprio artista, suas memórias, experiências e observações.
Sobre Hugo Frasa
Iniciou a graduação em artes plásticas na Faap em 2005. Ganha os prêmios 39ª Anual de Artes Plásticas Faap, São Paulo, 2007, e 40ª Anual de Artes Plásticas Faap, São Paulo, 2008. Descontente com o curso, abandona a faculdade em 2010. Desde então, participa de exposições coletivas (“Viés” | Galeria Vermelho, São Paulo, 2005; “Vorazes, grotescos e malvados” | Paço da Artes, São Paulo, 2006; “Bipolar” | Galeria Emma Thomas, São Paulo, 2007; “Coletiva inicial” | Mendes Wood, São Paulo, 2009; “Nichi Nichi Kore Ko Nichi” | Galeria Phosphorus, São Paulo, 2012; “Princípios Flexor” | Galeria Gramatura, São Paulo, 2012; “OIDARADIO sessions” | 30ª Bienal de São Paulo – A iminência das poéticas, São Paulo, 2012), compõe trilhas, produz vídeos, faz apresentações musicais e desenvolve séries de desenhos, pinturas, colagens, fotos e vídeos.
Sobre Adam Nankervis
Artista e curador, tem como marca registrada de seu trabalho a imersão na experimentação de formas sócio-esculturais e colisões estéticas. Entre seus projetos está “Another Vacant Space”, focado em trazer à tona aquilo que está oculto sob a temática, conteúdo e teoria, o efêmero, a exploração artística da destruição criativa e a reconstrução – um convite à contemporaneidade a ser história. Sua prática curatorial se funde com seus demais projetos. Adam Nankervis já expôs na Inglaterra, Ucrânia e Estados Unidos. O artista foi Coordenador Internacional da London Biennale entre 2000 e 2012, que surgiu como uma iniciativa de arte livre.
Sobre a galeria Emma Thomas
A galeria Emma Thomas, das sócias Flaviana Bernardo e Juliana Freire, foi inaugurada em 2006 com o intuito de democratizar a arte contemporânea, modificando e adaptando as práticas do mercado a fim de aproximar a produção artística do público em geral. A galeria representa cerca de 14 artistas da nova geração. Em maio de 2012 ganhou o Prêmio de Melhor Galeria Jovem em Buenos Aires e em setembro de 2013 foi escolhida como segunda melhor galeria de São Paulo segundo a revista Época São Paulo. A galeria, em 2012, constrói sua nova sede nos Jardins e agrega uma nova sócia, Monica Martins. Além das mostras, projetos e feiras nacionais e internacionais, o novo programa da Emma Thomas promove o livre intercâmbio do conhecimento e do questionamento cultural.
Até 25 de março.