Pela primeira vez, o artista Rodrigo de Castro apresenta esculturas em aço com pintura automotiva, além de telas recentes, na Galeria Patrícia Costa, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, a partir do dia 08 de agosto, com curadoria de Vanda Klabin. A exibição permanecerá em cartaz até 09 de setembro.
Conhecido pelas pinceladas precisas que exploram o campo cromático com linhas geométricas, Rodrigo de Castro se permitiu transitar, pela primeira vez em sua carreira, entre o plano e a tridimensionalidade. Como ele mesmo definiu, revelará sua faceta de “pintor fazendo esculturas”: depois de seis anos sem expor individualmente no Rio de Janeiro, o artista mostrará, em caráter inédito, esculturas de aço com pintura automotiva – além de pinturas de grandes e médios formatos concluídas recentemente -, na exposição “Rodrigo de Castro: Entre Formas e Cores”. Quem acompanha a trajetória do artista, se surpreenderá também com a nova série de telas pretas cortadas por discretas linhas de cor.
Na exposição será possível constatar como o estreitamento do diálogo com a pintura originou as esculturas (algumas medindo 1,20 por 1,20 metros), que ganharam escala para uma melhor percepção do espaço e da cor. “A interação matéria (aço)- cor, passou a ser espaço-cor. Em ambos os casos a luz leva para as esculturas o movimento e as estruturas geométricas da pintura”, explica Rodrigo de Castro. Foi observando a vibração das cores no plano das telas que tudo teve início: “olhava e percebia, sentia que, em determinadas pinturas, a cor parecia sair do plano, como se ganhasse volume pela intensa vibração. Resolvi então pesquisar esse caminho e entender o que seria a cor no espaço. Como colocar de pé um azul?”, complementa.
A palavra da curadoria
“A recente produção de Rodrigo de Castro conjuga a articulação do plano pictórico com um processo de linhas e formas que traduzem unidades intensas e revelam o seu enfrentamento direto com a pintura. Os elementos estruturantes do seu trabalho derivam do pensamento pictórico fundado pelos contrastes dos campos de cor e dispostas em um jogo de derivações geométricas, instaurando uma associação fértil e indissolúvel”, avalia a curadora e historiadora Vanda Klabin, amiga de longa data do grande artista e escultor Amílcar de Castro, pai de Rodrigo. “Os contrastes entre a opacidade e o brilho, aliados ao campo de coloração e a presença forte de uma ordenação geométrica, trazem maior materialidade ao seu trabalho que agora se desdobra no plano tridimensional”.
Sobre o artista
Nascido em Belo Horizonte e formado em Engenharia, Rodrigo de Castro atualmente vive e trabalha em São Paulo, onde mantém seu ateliê, tendo realizado sua última individual no Rio de Janeiro em 2017. Ao longo de sua trajetória, participou de diversas coletivas e tem no currículo cerca de dez exposições solo, uma delas em Lisboa, em 2019. Atuou como curador em algumas mostras de seu pai, Amílcar de Castro.