A Fortes D’Aloia & Gabriel, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “O Sagrado é Amor”, a nova exposição de Ernesto Neto na galeria. O artista exibe trabalhos inéditos – entre esculturas vestíveis, fotos e uma instalação – que convidam o público a desacelerar o ritmo caótico da vida urbana para desfrutar de momentos de introspecção, acalmando a mente e ativando os sentidos.
Para Ernesto Neto, a manifestação do sagrado acontece em estados meditativos, através de profunda relação com a natureza. A exposição está repleta de elementos que evocam raízes e galhos, “…condutores entre a terra e o céu”, que permitem aos visitantes se conectarem. Sua ênfase em criar vínculos também manifesta-se na própria materialidade dos trabalhos, seja no tecido que se entrelaça para formar a trama do crochê – prática que se tornou central na obra do artista nos últimos anos – seja na escolha das cores, que variam entre tons de vermelho, laranja e verde, em mais uma associação com a terra e a copa das árvores.
No térreo da galeria, o artista apresenta uma série de obras que podem ser vestidas pelo público. “Recebo o Seu Amor, Enquanto Você Recebe o Meu”, é uma forma ameboide instalada na parede que se estende em dois braços, cada qual com uma espécie de tiara nas extremidades, repleta de cristais. As pessoas podem então colocar as tiaras na cabeça, conectando-se com a obra, com a outra pessoa e, em sentido mais amplo, com o próprio sagrado. Em outro trabalho, um manto de crochê desce do teto sustentando uma pesada esfera de água-marinha em seu interior. Para ativar a obra, três pessoas devem tirá-la dos cabides e vesti-la ao mesmo tempo – agindo assim apenas para manter o equilíbrio que impede a pedra de cair. Completam a montagem da exposição, série de fotografias feitas na Mata Atlântica, além de uma instalação no segundo andar, oferecendo uma experiência ainda mais imersiva.
Sobre o artista
Ernesto Neto nasceu em 1964 no Rio de Janeiro, onde ainda vive e trabalha. Ele tem sido tema de diversas exposições institucionais nos últimos anos, dentre as quais destacam-se: Boa, Museum of Contemporary Art Kiasma (Helsinque, Finlândia, 2016); Rui Ni / Voices of the Forest, Kunsten Museum of Modern Art (Aalborg, Dinamarca, 2016); Aru Kuxipa | Sacred Secret, TBA21 (Viena, Áustria, 2015); The Body that Carries Me, Guggenheim Bilbao (Bilbao, Espanha, 2014); Haux Haux, Arp Museum Bahnhof Rolandseck (Remagen, Alemanha, 2014); Hiper Cultura Loucura en el Vertigo del Mundo, Faena Arts Center (Buenos Aires, Argentina, 2012); La Lengua de Ernesto, MARCO (Monterrey, México, 2011) e Antiguo Colegio de San Ildefonso (Cidade do México, 2012); Dengo, MAM (São Paulo, 2010). Em seu extenso currículo, também destacam-se suas recentes participações nas Bienais de Veneza (2017), de Lyon (2017) e de Sharjah (2013). Sua obra está presente em diversas coleções importantes, como: Centre Georges Pompidou (Paris), Daros Latinamerica (Zurique), Inhotim (Brumadinho), Guggenheim (Nova York), MOCA (Los Angeles), MoMA (Nova York), Museo Reina Sofía (Madri), SFMOMA (San Francisco), Tate (Londres), TBA21 (Viena), entre outras.
Até 02 de dezembro.