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AGENDA CULTURAL

Exposição DJANIRA

A Galeria Evandro Carneiro Arte, Shopping Gávea Trade Center, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta de 14 de julho a 11 de agosto a exposição “Djanira”, que reúne vinte telas a óleo e desenhos  da artista. Esta coleção, exposta pela Galeria de Evandro Carneiro, que também a conheceu e com ela conviveu, é parte de seu acervo pessoal, herdado pela grande amiga Rachel Trompowsky Taulois da Motta e Silva. Elas se conheceram nos anos 1950, na Vila Santa Cecília, onde foram vizinhas, em Santa Tereza, bairro predileto da pintora. Ali, no apartamento onde Djanira adorava viver, criando animais domésticos juntamente com o seu companheiro, o historiador baiano José Shaw da Motta e Silva, tomando bons vinhos, provando a boa culinária e, principalmente, pintando muito, foi onde captamos uma parte de seu acervo pessoal para essa importante mostra. Jangadas, colheitas de mandioca e café, trabalhadores carvoeiros e mineiros, mas também o retrato de seu grande amor Mottinha, naturezas mortas, animais e anjos são alguns dos temas expostos nas 20 telas a óleo e desenhos apresentados. Variedade, beleza, intensidade de cores e temas num estilo genuinamente brasileiro.

 

 

Sobre a artista

 

DJANIRA (1914 – 1979) era cabocla do interior de São Paulo, gente tipicamente brasileira. Essa brasilidade se expressou em suas obras, cujos temas variam dos mais populares aos mais eruditos, estes percebidos em sua religiosidade barroca ou na opção ética pelo trabalho do povo.

 

 

Nos dizeres de Mario Barata, “Não é só o folclore como tema que surge frequentemente na obra da pintora. É a própria irradiação de valores que ela infunde na imagem desse fundo de vida popular, que nunca a deixa. Repetimos, não se trata só de assunto, mas sobretudo da energia que se desdobra a partir da imagem realizada através dele.”(2005, p. 29-30).

 

 

Não se pode dizer dela uma pintora naif, como já disseram no passado; ela era uma estudiosa da diversidade geográfica e etnográfica do país, mas também dos tempos: o profano na busca pelo genuinamente popular e o sagrado em motivos religiosos, presentes, sobretudo, no ocaso da vida, quando a saúde já comprometia o seu entusiasmo contagiante. Ela era alegre e densa ao mesmo tempo, dizem os que a conheciam de perto. “E isso define sua personalidade de artista intuitiva, para quem a pintura era um modo natural de relacionamento com a vida” (Ferreira Gullar, 2000, p. 51)

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