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AGENDA CULTURAL

Exposição e conversa com curadores

A Danielian Galeria, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, e Fernando Barrozo do Amaral convidam para uma visita guiada seguida de conversa sobre a exposição “Harmonias” no dia 31 de agosto de 2024, às 15h. A mostra é dedicada à obra da artista e marchande Marcia Barrozo do Amaral (1943-2023), que faz parte do conjunto de exposições individuais “Ocupação Mulherio”. A conversa será entre os curadores Viviane Matesco e Rafael Fortes Peixoto, e Viviane Aguiar, que foi assistente da Marcia Barrozo do Amaral por muitos anos. “Harmonias” ocupa o Pavilhão II, espaço com 200 metros quadrados, no segundo andar da construção anexa, com 37 obras – entre pinturas e esculturas em aglomerado de madeira e acrílico – de Marcia Barrozo do Amaral.

“Ocupação Mulherio” é a segunda edição do programa dedicado a mulheres artistas em um formato distinto, com mostras individuais de Nadia Taquary, Nelly Gutmacher, Niura Bellavinha, Sônia Menna Barreto e uma sala especial dedicada à obra da artista e marchande Marcia Barrozo do Amaral, com curadoria de Marcus de Lontra Costa, Viviane Matesco e Rafael Fortes Peixoto, e fica em cartaz até 5 de outubro. “A trajetória artística de Marcia Barrozo do Amaral revela, em meio aos desdobramentos geométricos dos anos 1970 e os cromatismos extravagantes do pop, uma pesquisa das relações entre as cores e os volumes”, escrevem os curadores no texto que acompanha a mostra. “Marcia desenvolveu uma produção com destaque no nosso cenário artístico entre os anos 1960 e 1980, a partir de uma formação sólida, da realização de diversas exposições individuais e da participação em coletivas tanto no Brasil como no exterior. Seus trabalhos privilegiam a geometria no tensionamento e na quebra da bidimensionalidade da pintura. A cor guia um processo de experimentação que assimila diferentes materiais, como o acrílico, e transforma os trabalhos em híbridos entre a pintura e a escultura. A partir de jogos e articulações de fendas, faixas e linhas que buscam o espaço, as investigações de Marcia Barrozo se aproximam tanto de uma tradição neoconcreta brasileira, com Oiticica, Clark, Barsotti e Willis de Castro como também estabelecem diálogos com artistas americanas como Ellsworth Kelly”, afirmam. Em meados dos anos 1980 ela decidiu se dedicar à atividade de marchande, o que eclipsou sua produção artística, que agora ganha visibilidade e destaque na mostra “Harmonias”.

Ocupação Mulherio

O trio curatorial destaca que “Ocupação Mulherio” não parte “de uma premissa ou de um enlace temático, mas tem como principal objetivo demonstrar a importância da trajetória destas mulheres para o ambiente cultural brasileiro, assim como a força e poesia de suas expressões”. “Sem categorizações ou classificações, “Ocupação Mulherio” reafirma “espaços e conquistas, mostrando que a arte representa o poder essencial feminino de criar e acima de tudo, transformar”, afirmam. Marcus de Lontra Costa, Viviane Matesco e Rafael Fortes Peixoto assinalam ainda que “os títulos que diferenciam cada mostra são insinuações para que os visitantes possam conhecer e criar relações sensíveis com as obras expostas”. O título da “Ocupação” tem inspiração no jornal “Mulherio”, que circulou entre 1981 e 1988, e teve um relevante papel dentro do movimento feminista brasileiro, e surgiu como desdobramento dos estudos sobre a condição feminina no Brasil, tendo contado com a participação de mulheres como Lisette Lagnado, Inês Castilho, Lélia Gonzalez, Adélia Borges, Maria Rita Kehl, Ruth Cardoso, Carmen da Silva e Heloisa Teixeira (ex-Buarque de Hollanda) em suas 40 edições. Acompanha a exposição uma publicação em formato de 14cm x 10cm, em papel rosa,  com os textos dos curadores sobre cada uma das mostras.

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