A galeria Gustavo Rebello Arte, Copacabana, Rio de Janeiro, RJ, apresenta ao público carioca a exposição “Partituras no Asfalto”, um ensaio geométrico e abstrato de colagens de fotos da sinalização de trânsito no asfalto de várias cidades, da fotógrafa carioca Bel Pedrosa. A mostra, que já passou por São Paulo, chega agora ao Rio de Janeiro composta de 17 fotografias que revelam formas geométricas e abstratas com cores vibrantes do cenário urbano, resultado das andanças da fotógrafa por bairros do Rio de Janeiro e de cidades como Santiago do Chile, São Paulo, Belo Horizonte e Búzios.
Em 2012, durante uma viagem ao Chile, Bel observou um quebra-molas e começou a série. Passou a registrar a sinalização de trânsito no asfalto, faixas de pedestres, ciclovias, pistas exclusivas de ônibus, alerta de fiscalização eletrônica, etc. Num primeiro momento, ela decompõe a sinalização para depois construir digitalmente imagens, paisagens urbanas. As “colagens” são formadas ao agrupar as fotos abstratas, e por isso nem sempre identificáveis, de acordo com a cor, a cidade, o bairro e a rua. O resultado são trabalhos que revelam cores e traços marcantes de paisagens urbanas.
No texto de apresentação da exposição a pesquisadora, fotógrafa e doutora em comunicação Cláudia Linhares Sanz, que escreve críticas e artigos para o site de fotografia Icônica, discorre sobre o universo lúdico de Bel Pedrosa: “Por onde se inicia o jogo que Bel Pedrosa nos propõe? Sua coleção de pequenos pedaços do mundo nos faz percorrer múltiplos itinerários: não sabemos ao certo por onde é dada a partida; somos, no entanto, levados pelos movimentos das imagens, vetores que direcionam nosso olhar, setas apressadas, cortes diagonais desviantes; círculos às vezes vagarosos, outras, apressados. A cada lance, é possível reiniciar a jogada, começar talvez pelo meio do tabuleiro: e se o olho agora andasse por outra direção, e se brincássemos num zigue-zague, e se recomeçássemos dessa vez de trás pra frente? Onde parar? Quando cessar o trânsito? Uma olhadela seria suficiente para ver seus tabuleiros ou a singularidade de seus diagramas surge na duração que cada jogada permite? Um mapa do mundo dos detalhes: despercebidos, discretos, inexpressivos, tocam, nas imagens de Bel Pedrosa, uma espécie de partitura secreta. Mapas de pequenos enigmas”.
Sobre a artista
Bel Pedrosa, Rio de Janeiro, 1962, fotógrafa. Começou a fotografar nos anos 80. Foi assistente de Carlos Freire e fez estágio no famoso laboratório Publi’Mod Photo, em Paris. No fim dos anos 80, morando em São Paulo, trabalhou como repórter fotográfica no jornal Folha de São Paulo, até 1995, quando resolveu ser fotógrafa independente e se mudou para o Rio de Janeiro, onde vive até hoje. Trabalha para vários jornais e revistas brasileiras (Valor Econômico, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, IstoÉ, Época, Carta Capital, entre outros) e estrangeiros (El País, Le Monde, Liberation, The New York Times, Art Presse, Village Voice, Studio Voice, entre outros). É conhecida por seus retratos de escritores nacionais e estrangeiros para diversas editoras, tais como Companhia das Letras, Objetiva, Planeta do Brasil, Agir, Cosac Nayfi, Bloomsberry, Picador, Tusquets, Luchterhand. Participou de mais de 20 exposições coletivas no Brasil, na Europa e na América Latina. Realizou 5 individuais no Rio de Janeiro, São Paulo, Angola e Equador. Faz parte da Coleção Masp-Pirelli (2006) e tem fotos em diversas coleções particulares em diversos países.De 27 de novembro a 20 de dezembro. TAGS: Partituras no Asfalto – Bel Pedrosa, Gustavo Rebello Arte, Claudia Linhares Sanz, Valor Econômico, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo, IstoÉ, Época, Carta Capital, El País, Le Monde, Liberation, The New York Times, Art Presse, Village Voice, Studio Voice, Companhiaa das Letras, Objetiva, Planeta do Brasil, Agir, Cosac Nayfi, Bloomsberry, Picador, Tusquets, Luchterhand.
De 27 de novembro a 20 de dezembro.