Olá, visitante

AGENDA CULTURAL

Fauna e flora por Fabi Cunha

Exibição individual de Fabi Cunha apresenta recorte com obras inéditas, sob curadoria de Jozias Benedicto na Galeria de Arte Ibeu, Jardim Botânico, Rio de Janeiro, RJ. A partir do dia 17 de julho, no centro das atenções e do espaço expositivo da Galeria de Arte Ibeu, estará a instalação “ALTAR”, que intitula a individual da artista carioca Fabi Cunha e tem trabalhos selecionados pelo curador Jozias Benedicto. Até 09 de agosto.

Para a criação desta obra, a artista utilizou um altar antigo que foi herdado de sua avó: na composição concebida por ela, foi ornado com pinturas e recebeu plantas naturais em seu interior. A individual ocupará a galeria até o dia 08 de agosto, onde apresenta cerca de 25 telas das séries “Santos” e “Impressões da Mata Atlântica”, algumas de 2024 e outras de 20 anos atrás – quase todas mostradas ao público pela primeira vez. O corpo do trabalho de Fabi Cunha é baseado em sua pesquisa sobre a fauna e flora do lugar onde vive, em plena reserva biológica, que serve de material criatório e é onde a artista mantém o seu ateliê.

“Enquanto examino as obras que a artista Fabi Cunha traz para “ALTAR”, sua exposição individual na Galeria Ibeu, fico imaginando o espaço – casa, ateliê da artista – onde as obras foram concebidas e executadas com esmero: incrustado na Mata Atlântica, montanhas ao fundo, o cheiro da chuva sobre a relva, sobre as folhas secas, “os verdes depois das chuvas”, passarinhos cantando solitários ou em bandos, animais de médio porte que encaram em desafio os invasores, nós, os ditos civilizados. Penso em poetas como Adélia Prado que, na simplicidade cotidiana de Divinópolis, Minas Gerais, encontra rotas para o sagrado, para a transcendência, e leio como Fabiana descreve seu processo criativo: “sua inspiração é a natureza, onde a artista se conecta com o divino e encontra paz interior”. Mais do que uma fé em ritos formais de religiões institucionalizadas, a artista navega em pensamento e sensibilidade e encontra a sua conexão com o divino através da natureza e da arte. São pinturas em sua maioria de grandes tamanhos, e mostram flores, árvores, folhagens, borboletas, passarinhos e também santos, criaturas que fazem a intermediação entre o humano e o sagrado. São figuras em meio a abstrações muito coloridas, “massas de cor e raios de luz, que apontam para um progressivo desprendimento da forma”, inspiradas na luxuriante paisagem que a circunda. Como o irmão do poeta no estágio de ser árvore, o olho da artista “aprendeu melhor o azul”.

Assim como a natureza invade as pinturas de Fabiana, sua obra deixa o bidimensional e invade o espaço com objetos/instalações feitos a partir de madeiras e resíduos coletados na Mata Atlântica. Um deles, o Altar, sintetiza a pesquisa da artista e dá nome à mostra, uma obra em progresso, uma instalação viva, ao centro do espaço expositivo, que desafia os visitantes a não serem apenas espectadores e sim participantes: a permanência da vida das plantas no Altar depende dos visitantes que façam um pequeno gesto, regando-as com os borrifadores que a artista deixa à sua disposição. Sim, todos podemos fazer pequenos gestos e com estes pequenos gestos contribuirmos muito para a vida, para a sobrevivência da humanidade e do planeta”.

Trecho extraído do texto curatorial de Jozias Benedicto, que também é escritor e artista visual.

Sobre a artista

Fabi Cunha é uma artista intuitiva e autodidata que busca a sua inspiração na Natureza, onde se conecta com a sua base de pesquisa e encontra o mote para os seus trabalhos. Entre as individuais em 2018, merecem destaque: “Impressões da Mata Atlântica”, no Washington Park Hotel; “LukLux Design”, Nautilus Hotel, em Miami e Valencia College, em Orlando. No mesmo ano, a artista foi convidada para pintar um mural permanente no Washington Park Hotel, em South Beach, Miami. Já em 2019 participou da ExpoNY, em Nova Iorque, e no Brasil, no evento Gamboa de Portos Abertos, e da coletiva Sua Majestade Arte, na Casa da Princesa Isabel, em Petrópolis; neste mesmo ano, em novembro, ainda realizou individual na Galeria Metara, no Rio de Janeiro. Em 2022, apresentou “Reconexão”, com pinturas, esculturas e obras instalativas, somando cerca de 50 trabalhos, no Centro Cultural Correios RJ.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sua mensagem foi enviada com sucesso!