Felipe Barbosa inaugura exposição individual na Sergio Gonçalves Galeria, Centro, Rio de Janeiro, RJ. A mostra, denominada “Quadrado Mágico”, cria um diálogo entre jogos matemáticos e a arte, subvertendo o sentido dos objetos ao ressignificá-los entre formas e signos geométricos, que inspiraram o artista nas 16 obras selecionadas. A curadoria é de Sergio Gonçalves.
Para Felipe Barbosa os quadrados mágicos possuem uma espécie de conexões ocultas com os números, nos quais busca fazer uma relação com os objetos escolhidos para trabalhar, cujo resultado surge através de diversas sobreposições que ganham formas geométricas. Assim como a série de painéis hexagonais com fichas e flâmulas dos anos 60, entre outros materiais, todos ganham status de arte nas obras do artista. “…acredito que os números e suas simetrias, entre as quais os quadrados mágicos, representam os estágios da criação, logo, procuro brincar com o abstrato e criar um novo mundo de possibilidades com a minha arte”, define o artista.
Para o inglês Keith Cricthlow, co-fundador da Academia de Temenos, “os quadrados mágicos são instâncias da harmonia dos números e servem como intérpretes da ordem cósmica que domina toda a existência. Eles aparecem para evidenciar algumas inteligências secretas, as quais, por um plano preconcebido, produzem a impressão de um desenho intencional”.
O quadrado mágico também já foi referência no futebol brasileiro e até mesmo o futebol se transforma em arte nas mãos do artista. Conhecido pela forma como desconstruía e depois recontextualizava bolas de futebol, agora Felipe Barbosa une camisas de times distintos, grandes rivais em campo, mas juntos através da arte. A obra “Camisa Brasileira” é a primeira dessa nova série do artista, que já desperta a cobiça dos colecionadores.
Outra novidade nesta exposição são os volantes de Badminton, espécie de peteca usada neste esporte pouco praticado no Brasil, mas muito popular entre os ingleses, em que Felipe os aglomera como já havia feito com lápis, canetas, palitos de fósforos e guarda-sóis. Nessa obra, Felipe Barbosa cria novas formas de expressão em que a série de unidades, tomadas como banais, feitas, refeitas e colocadas de forma a darem forma a outros objetos, – totalmente disfuncionais -, resultam em nova apropriação entre o fazer industrial e o readymade.
A mostra “Quadrado Mágico”, é a primeira individual do artista na Sergio Gonçalves Galeria, que o representa desde dezembro de 2013. Com exposições recentes na Way Cultural, no Rio de Janeiro, no Museu de Arte do Rio (MAR), na Galeria Murillo Castro em Belo Horizonte e em Nova Iorque, agora Felipe Barbosa apresenta seus mais recentes trabalhos ao público carioca.
Sobre o artista
Felipe Barbosa nasceu em 1978, no Rio de Janeiro, e graduou-se em Pintura pela UFRJ, e é mestre em Linguagens Visuais pela mesma instituição. Em seus trabalhos, conjuga elementos do cotidiano e faz referências à História da Arte, alterando os significados dos objetos que elege transformar, criando em seu expectador uma sensação simultânea de proximidade e desconforto. O artista expõe regularmente desde 2000, em diversos países ao redor mundo, entre eles México, Estados Unidos, Espanha, Portugal, Croácia, Lituânia, França, Canadá, Holanda, Inglaterra, Argentina e Japão. Dentre suas mostras recentes, destacam-se Campo de las Naciones, na Galería Blanca Soto, em Madrid, na Espanha; The Record : Contemporary Art and Vinyl, no Miami Art Museum, nos Estados Unidos; Futbol Arte y Passion, no MARCO – Museo de Arte Contemporaneo de Monterey, no México; e Consuming Cultures – A Global View, 21C Hotel-Museum, em Kentucky, também nos Estados Unidos. A partir de dezembro de 2013, passou a ser representado pela Sergio Gonçalves Galeria.
De 07 de junho a 27 de julho.