A Pinakotheke Cultural, no Rio de Janeiro, abrirá para o público no dia 21 de outubro a exposição “Flavio-Shiró, 96 anos, presente”, que celebra a trajetória do grande artista nipo-brasileiro Flavio-Shiró nascido no Japão em 1928, e que veio aos quatro anos de idade com a família para o Pará. Em celebração ao grande artista nipo-brasileiro, nascido em Sapporo, na ilha de Hokkaido, no Japão, e que se divide entre Paris e Rio de Janeiro, a mostra, com curadoria de Max Perlingeiro, traz um raro conjunto de suas pinturas seminais, desde a década de 1940, revelando suas experimentações que optavam pelo expressionismo, e o pioneirismo, no início dos anos 1960, na pintura abstrata “…dedicada ao informe, ou seja, ao rastro gestual dificilmente reconhecível ou categorizável”, como observa Paulo Miyada, diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake. Em outras salas da exposição, estão aproximadamente 50 obras inéditas do artista, produzidas em 2022 e 2023, em aquarela ou nanquim sobre papel. Uma sala será dedicada ao Shiró fotógrafo, com fotografias feitas ao longo de sua vida, fato inédito em suas mostras. O público verá ainda cadernos com aquarelas, criadas entre 2020 e 2022, durante a pandemia. Flavio-Shiró estará no Rio, para acompanhar a montagem da exposição que permanecerá em cartaz até o dia 30 de novembro.
A exposição apresenta um total de aproximadamente 70 obras, desde as pinturas seminais do artista, ainda nos anos 1940, passando pelos anos 1950 e 1960, em que Flavio-Shiró se torna um mestre, fazendo “…emergir evocações e reminiscências de ambiências e seres”, como destaca Paulo Miyada, no texto crítico que acompanha a exposição. “Ele buscou maneiras de enfatizar as possibilidades evocativas do gesto que manipula, intempestivo, a viscosidade da tinta a óleo”, afirma. “Quanto à linguagem, essa busca refeita a cada vez tornou-se uma das molas propulsoras de sua produção ao longo de mais de seis décadas”, assinalou Paulo Miyada.
Flavio-Shiró trabalha continuamente, e no Salão central da Pinakotheke Cultural estarão 45 obras em papel, em aquarela ou nanquim, feitas em 2023 e 2024. Seu imenso universo intelectual, adquirido por anos de interesse pela literatura, cinema e música, era ativado pela percepção de algo a sua volta, às vezes banal, uma cena de TV, e se transformava em impulso de trabalho. Destacam-se também as quatro aquarelas que fez em caixas de bombons, entre elas “Rear Window – Alfred Hitchcock”, e os 14 desenhos em nanquim, de 2023, nos quais o artista parece refletir sobre seu tempo e sua existência mais íntima.
Na última sala da exposição, será projetado o filme “Origens, Sonhos, Pesadelos, O ateliê e Pintando” (2018), com roteiro e direção de Margaux Fitoussi e Adam Tanaka, neto do artista. A exposição será acompanhada de um catálogo, com textos de Paulo Miyada e Max Perlingeiro, com 80 páginas e formato de 20 x 25 cm. O público verá fotografias feitas pelo artista e ainda cadernos com aquarelas realizadas entre 2020 e 2022, durante a pandemia de Covid-19.