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AGENDA CULTURAL

Gabriel Chaim na Zipper Galeria

 

 

 

Neste momento, não podemos fazer uma exposição romântica”. Com esta frase o curador Marcello Dantas definiu a tonalidade da segunda mostra individual de Gabriel Chaim, “Devolvo Ouro”, cartaz da Zipper Galeria, Jardim América, São Paulo, SP.

 

 

A exposição reúne fotografias produzidas pelo artista na Terra Indígena Yanomami, na fronteira entre os estados de Roraima e Amazonas, regiões de Surucucu e Palimiu. Gabriel Chaim acompanhou durante dois meses a ação do Exército e da Polícia Federal contra o garimpo ilegal naquele lugar. Lá, as condições geológicas justificam a presença do ouro. Já o garimpo ilegal e os sistemáticos ataques aos povos Yanomami são justificados por omissões políticas, em curso há décadas.

 

 

Por isso, o lastro para precificação dos trabalhos presentes na exposição é o grama do ouro. A mostra destinará os recursos arrecadados com a comercialização das obras ao Conselho distrital de saúde indígena yanomami e Ye’kuana.

 

 

“O povo Yanomami vem sendo recentemente massacrado por uma sucessão de eventos originados pelo garimpo ilegal em suas terras. Essa exposição do fotógrafo Gabriel Chaim aborda as recentes condições e imagens capturadas naquele território. Diante da sequência de injustiças e ilegalidades que contornam o comércio do ouro ilegal no Brasil, estamos propondo uma nova situação onde as coisas devem ser devolvidas ao seu lugar de direito”, afirma o curador Marcello Dantas.

 

 

Reconhecido pelas investigações visuais em áreas de conflito, crise e outras situações extremas, o artista Gabriel Chaim especializou-se na cobertura de guerra e confrontos por território. Desde 2013, cobre conflitos no Oriente Médio, o que deu origem à sua primeira exposição individual na Zipper Galeria: “Filhos da Guerra: o custo humanitário de um conflito ignorado” (2015). Agora, a galeria encampou o primeiro projeto do artista realizado dentro do Brasil.

 

 

“Infelizmente, as políticas atuais têm encorajado as organizações criminosas que atuam na Amazônia. É urgente o combate ao garimpo ilegal, a redução da impunidade e a proteção dos direitos dos povos indígenas e outros defensores da floresta”, afirma Anna Livia Arida, diretora adjunta da Human Rights Watch.

 

 

Até 28 de agosto.

 

 

 

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