Henrique Oliveira realiza a maior exposição individual de sua carreira, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, Centro, Rio de Janeiro, RJ, sob curadoria da cientista social e historiadora de arte Vanda Klabin. São oito pinturas e cinco esculturas, datadas de 2008 a 2012, entre as quais algumas inéditas dentro e fora do país, emprestadas de coleções particulares e institucionais.A mostra será acompanhada de catálogo de 35 páginas, com reprodução de todos os trabalhos expostos e texto da curadora Vanda Klabin produzida por Mauro Saraiva | Tisara Arte Contemporânea.
As pinturas e esculturas de Henrique Oliveira, de dimensões arquitetônicas, têm despertado interesse internacional. Em janeiro de 2013, ele embarca para Paris, para uma residência de seis meses, que culminará com uma exposição individual, no Palais de Tokyo, na capital francesa.
Na sua produção, pintura e escultura não são expressões estanques. “O movimento da pintura está presente na escultura”, diz o artista. A curadora Vanda Klabin aponta certa paridade entre os dois meios: “Sua pintura, com vibrantes contrastes, harmonias dissonantes, grumos espessos e com alta voltagem cromática, tem uma conotação ambígua e é também transformada em linguagem tridimensional a desdobrar-se no espaço”.
Nas esculturas, Henrique Oliveira superpõe lascas de compensado flexível descartado, de tapumes de obras urbanas. Fixadas por parafusos, elas criam volumes. Em seguida, ele intervém com tinta acrílica diluída, quase aquarela, de maneira que a textura do material não mude.
Oliveira descreve seus trabalhos tridimensionais como a ampliação de uma textura, de um empasto de tinta a óleo, em alguns casos. Outros são “mais naturais, como tumores”, diz ele. Nos títulos que cria, essas formas aparecem compondo palavras infamiliares: Xilonoma, Xilempasto, inspiradas em consultas ao Atlas of Gross Pathology e a The New Atlas of Human Anatomy.
As pinturas se constituem de um misto de procedimentos. A tela é colocada no chão, Henrique joga a tinta e deixa escorrer, mas também usa a pincelada e a raspagem com espátula. Esses procedimentos não se fundem. Por isso, o resultado é semelhante a uma “colagem”, segundo ele. A profusão de cores não cria volumes. O relevo é o da própria tinta. A exposição foi contemplada pelo Pró Artes Visuais da Secretaria Municipal de Cultura.
Sobre o artista
Mestre em Poéticas Visuais pela ECA-USP, Henrique tem um currículo de 17 individuais e 49 coletivas em cidades brasileiras e em Paris, Bruxelas, Linz [Áustria], Washington, Houston, Cleveland, New Orleans, Miami e Boulder [EUA], Brisbane [Austrália], Monterrey, Tijuana [México] e Buenos Aires, em pouco mais de uma década de carreira. O artista participou da Bienal Internacional de São Paulo de 2010, da Bienal do Mercosul e da de Monterrey, ambas em 2009. O artista é detentor dos prêmios APCA 2011 – Destaque do Ano, São Paulo; CNI SESI Marcantonio Vilaça 2009; Festival de Cultura Inglesa|Conselho Britânico, São Paulo; Projéteis FUNARTE de Arte Contemporânea 2006, RJ; Fiat Mostra Brasil 2006 e Visualidade Nascente | Centro Universitário Maria Antonia 2005, entre outros. Ganhou bolsas de residência e pesquisa de The Fountainhead Residency – Miami; do Smithsonian Institute – Washington DC; da Cité Internationale des Arts, Paris, e outras da FAPESP de mestrado e de iniciação científica. Com obras em coleções institucionais, como Pinacoteca Municipal, Itaú, Museu de Afro-Brasil, Metrópolis [SP], MAC Rio Grande do Sul, MAM Rio e Gallery of Modern Arte de Brisbane, Henrique Oliveira, nascido em Ourinhos, SP, em 1973, vive e trabalha na capital paulista. Em 2004, ele se formou em Artes Plásticas pela ECA-USP e em Comunicação Social pela ESPM.
Na abertura, sábado, 01 de dezembro, tem som de Bruno Queiros, Icaro dos Santos e Quito (Nuvem) e DJ Nepal, das 16 às 21h, e conversa da curadora com o artista, às 16h.
De 01 de dezembro a 03 de fevereiro de 2013.