A Galeria Berenice Arvani, Cerqueira César, São Paulo, SP, apresenta uma coleção inédita de trabalhos de Judith Lauand, obras produzidas na década de 50, são mostradas ao público pela primeira vez, ocasião em que são comemorados 70 anos de carreira e 90 anos de vida da artista. Judith Lauand nasceu no ano da Semana de Arte Moderna, 1922.
A mostra “Judith Lauand Guaches, Desenhos e Colagens Anos 50” traz à luz 70 trabalhos, sendo a quase totalidade deles inteiramente inéditos, e distribuídos entre projetos de pintura, desenhos autônomos, colagens e guaches, sempre sobre papel. O conjunto remete àquilo que viria a ser a síntese de sua obra – o concretismo e a pintura geométrica – sendo que Judith Lauand é considerada a Dama do Concretismo, justamente por ter sido a única integrante do grupo paulista “Grupo Ruptura”, principal irradiador dos preceitos concretistas no país.
A história destes “guardados” é singular. O curador Celso Fioravante, que também foi responsável pela curadoria de exposição anterior da artista, em 2007, sempre foi um interessado em obras sobre papel e não se conformava em ver apenas pinturas da artista. Depois de dois anos de insistência, Judith Lauand finalmente mostrou-lhe uma pasta com dezenas de trabalhos em papel, projetos de obras, esboços e outros, que nunca haviam sido expostos ou sequer mostrados aos seus familiares, exceto àqueles mais próximos. Desde este momento ele e a marchand Berenice Arvani vem insistindo em apresentá-las e apenas agora ganham exposição pública.
A artista e a galeria, em parceria com a editora “Papel Assinado”, lançam uma série limitada de 100 caixas contendo 10 serigrafias assinadas.
Sobre a artista
Judith Lauand iniciou sua carreira artística em 1945, em Araraquara, SP, formando-se em 1950 pela Escola de Belas Artes local. Em 1953, foi convidada a participar do “Grupo Ruptura”, porta-voz do movimento concretista de São Paulo, do qual foi a única presença feminina, tendo feito parte do mesmo até sua dissolução, em 1959. Desde 1945 e até agora, realizou 11 exposições individuais, sendo duas delas no MAC-USP, São Paulo, SP.
Foi premiada em 8 salões nacionais e soma uma infinidade de mostras coletivas pelo Brasil – mais de 80, incluindo 5 participações na Bienal Internacional de São Paulo e outras em países como Argentina, Rosario, 1957; Chile, Santiago, 1957; Peru, Lima, 1957; Alemanha, Munique, 1959; Áustria, Viena, 1959; Holanda, Haia, 1959; Suíça, Zurich,1960; França, Provence, 2000 e Estados Unidos, Cambridge, 2001.
Suas obras encontram-se em importantes acervos de diversas instituições públicas no Brasil e no exterior, entre elas o MAC-SP; MAM-SP; MAM-RJ; Pinacoteca do Estado, SP; Museu de Arte Moderna de Grenoble, França e Museum of Fine Arts, Houston, EUA.
Até 26 de outubro.