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Ivan Serpa – Diário Visual

 

Em sua segunda exposição após abertura da unidade Jardins, São Paulo, Jardins, SP, a Galeria de Arte Marcelo Guarnieri apresenta “Ivan Serpa – Diário Visual”, individual do pintor, gravador e desenhista Ivan Serpa. A mostra apresenta uma série de 54 obras em nanquim e guache sobre papel, em pequenos formatos,  realizados pelo artista no período de 29 de dezembro de 1961 a 30 de março de 1962. Cada trabalho é individualmente datado em sequências de dias consecutivos, conferindo ao conjunto o caráter de diário visual.

 

A importância da exposição reside em mostrar pela primeira vez em uma galeria de arte o período que compreende a profícua fase de experimentação de Ivan Serpa onde ele desenvolve, através de uma gestualidade própria, a aproximação entre a linguagem construtiva abstrata, desenvolvida até então pelo artista, e uma figuração de inspiração expressionista, inédita em sua obra. São utilizados no processo de produção das obras instrumentos não convencionais, como pequenos pedaços de madeira, ao lado de instrumentos tradicionais, como o pincel. “As imagens são compostas por elementos pouco determinados, manchas e respingos de tinta, que sugerem uma alternância entre gesto e construção, espontaneidade e cálculo, acaso e deliberação, figuração e abstração”, conta o galerista Marcelo Guarnieri sobre a exposição.

 

O momento em que o artista realiza essas obras configura-se como o ápice da carreira de Ivan Serpa quando tornou-se consagrado com o prêmio da Bienal de Zurique e na VI Bienal Internacional de São Paulo, além da participação em importantes mostras como na XXXI Bienal de Veneza, a Bienal de Córdoba, e a exposição individual no Museu de Arte Moderna de São Paulo. A série de experimentações iniciadas neste período, irão culminar posteriormente na realização dos trabalhos da chamada “Fase negra”, a produção mais conhecida do artista.

 

 

Sobre o artista

 

Ivan Serpa nasceu no Rio de Janeiro em 1923. Pintor, gravador, desenhista e professor, criou o Grupo Frente em  1954, integrado por Franz Weissmann, Lygia Clark, Aluísio Carvão, Décio Vieira, Hélio Oiticica e Lygia Pape. Lecionou    no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde formou vários artistas com Hélio Oiticica. Dedicou-se especialmente à educação infantil. Atuou como restaurador da Biblioteca Nacional. Participou das mais importantes exposições ocorridas no final dos anos 50 e ao longo dos anos 60, como: I Exposição Nacional de Arte Concreta em 1957,  I Exposição Nacional de Arte NeoConcreta  em 1959, Opinião 65, Opinião 66, Nova Objetividade Brasileira e das Bienais de Veneza de 1952/1954/1962. Foi premiado na I Bienal de Internacional de São Paulo em 1951, no VI Salão Nacional de Arte Moderna em 1957, na Bienal de Zurique em 1960 e na VI Bienal Internacional de São Paulo em 1961. Realizou exposições retrospectivas de sua obra em 1965 e em 1971, ambas no MAM-RJ. Em 1968 o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque adquiriu duas de suas obras. Morre em 1973 aos 49 anos.

 

 

Sobre a Galeria Marcelo Guarnieri

 

Reconhecido nome da arte moderna e contemporânea em Ribeirão Preto, SP. o galerista Marcelo Guarnieri pertence à geração dos anos 80 que levou para a cidade no interior de São Paulo, exposições e mostras de nomes como Iberê Camargo, Siron Franco, Carmela Gross, João Rossi, Lívio Abramo, Amílcar de Castro, Thomie Ohtake, Volpi, entre outros. Dominada, até então, pelos artistas locais, em um trabalho de vendas informal, Guarnieri, ao lado de Joao Ferraz (hoje IFF) e colecionadores de artes, cultivou um espaço que hoje pode ser considerado o resultado de um trabalho de consolidação profissional de imagem e de um olhar estético técnico e apurado.
Por um período de dois anos, Marcelo foi diretor do Museu de Arte de Ribeirão Preto – o MARP – em sua fase inicial. No ano de 2006 nascia a Galeria de Arte Marcelo Guarnieri com o desejo de criar um espaço fora do eixo Rio-SP, que dialogasse com nomes das artes moderna e contemporânea. Em oito anos, além das exposições mencionadas acimas, a participação em feiras e eventos nacionais e internacionais, atraíram apreciadores da arte para o endereço. Resultado da experiência e da percepção de Guarnieri e de sua equipe: notaram que além da apresentação de nomes significativos do último período de produção artística, era necessário fortalecer, cultivar e estimular no público o entendimento da obra, do artista e do seu tempo de produção, por meio de visitas e atividades educacionais.
“Penso que criar essa nova mentalidade ainda é um processo em construção, porém, bem melhor que nos primeiros tempos. Hoje temos facilidades conquistadas com a Internet. Acabamos trabalhando, também, com clientes de SP e do Rio. No novo endereço em SP trabalharemos dentro da mesma filosofia da galeria de Ribeirão: Arte moderna e contemporânea num diálogo constante” avisa Marcelo Guarnieri, que garante o mesmo cuidado, qualidade e atenção; sinônimos que refletem o seu trabalho na unidade de Ribeirão. Além do endereço paulistano, a galeria manterá suas atividades paralelas na cidade do interior. As exposições serão pensadas para os dois espaços, podendo exibir projetos simultâneos ou autônomos.

 

 

Até 12 de Julho.

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