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AGENDA CULTURAL

Lembrança de Nhô Tim

Finalista da edição 2015 da Bolsa Funarte de Fomento aos Artistas e Produtores Negros, Tiago Gualberto, apresenta o lançamento do seu projeto artístico com programação repleta de atividades

A produção das Lembranças de Nhô Tim faz parte de um projeto intitulado Passagens sob(re) a Terra: lembranças, memória e territorialidade, de autoria do artista visual Tiago Gualberto. Este projeto foi premiado com a Bolsa Funarte de Fomento aos Artistas e Produtores Negros em sua principal categoria, no ano de 2015. Ele também está vinculado à dissertação de mestrado que o artista elabora na Escola de Comunicação e Artes da USP.

 

Neste ano, o lançamento do projeto apresenta uma série de atividades para o dia 11 de setembro na pequena cidade de Igarapé, Minas Gerais. A programação completa conta com a abertura da exposição individual do artista na Casa de Cultura da cidade; roda e batizado de Capoeira do grupo Congo do Vale; Baile de forró com música ao vivo do grupo Renascer Terceira Idade, e encerramento com a presença do músico Gustavo Borges. Veja mais informações no site: www.lembrancadenhotim.com.br

 

O artista cresceu no bairro Resplendor, às margens da BR-381, na cidade de Igarapé.  Em sua proposta artística foram produzidas cerca de 5000 unidades da Lembrança de Nhô Tim. Nesta etapa, serão escolhidos 15 locais da cidade para a doação da Lembrança e posterior comercialização, a partir do valor de R$ 4,99 reais. Mercadinhos, domicílios, botecos, salões de beleza, escolas e até igrejas farão parte desta rede. Cada um destes lugares terá autonomia para estabelecer o preço final de venda e o dinheiro arrecadado será de propriedade destes moradores. O primeiro destes locais escolhido é o conhecido Bar do Lepa, aonde é possível bater um bom papo e tomar uma típica cachaça mineira.

 

A Lembrança de Nhô Tim é um objeto artístico produzido a partir da junção de dois conhecimentos locais muito populares no bairro Resplendor, em Igarapé. O primeiro refere-se a mistura de terra, rica em minério de ferro, ao cimento com o intuito de se fazer render a massa utilizada na construção de casas. Esta receita, além de baratear os custos, dá ao concreto uma cor levemente vermelha, semelhante a tudo o que a poeira toca quando levada pelos caminhões que transportam o material das mineradoras presentes na região. O formato desta lembrança é bem semelhante ao do sorvete caseiro, chamado chup-chup, em Minas Gerais. Também conhecido como geladinho e sacolé, a venda deste doce gelado garante às famílias um pequeno aumento na renda. O segundo conhecimento popular refere-se, portanto, ao saber de misturar sucos de fruta, sabores, e vende-los domesticamente, o que ainda faz a alegria da criançada.

 

Há alguns anos, o bairro Resplendor 2 era apenas um grande pasto repleto de coqueiros e algumas poucas casas sem reboco em ruas de terra, sem asfalto. O fornecimento de energia elétrica, assim como a água encanada veio aos poucos neste recente processo de urbanização. O nome Resplendor deriva de uma lenda da região onde, ao cair da tarde, uma imensa bola de ouro erguia-se aos céus levando consigo os escravos mortos durante o trabalho nas minas. Talvez, por razão semelhante, o bairro vizinho pertencente a cidade de São Joaquim de Bicas, chama-se Vila Rica.

 

Tiago Gualberto também é pesquisador de conteúdos no Museu Afro Brasil, localizado no parque do Ibirapuera, em São Paulo, e possui obras de arte suas no acervo da instituição desde 2006. Já realizou diversas exposições individuais e coletivas no Brasil e no exterior. Entre seus prêmios destacam-se a Bolsa Funarte de Fomento a Artistas e Pesquisadores Negros (2015); 20° Programa Nascente-PRCEU-USP (2012); Bolsa Tamarind Institute, EUA (2012) e o de finalista mundial do Concurso de Criação de Padronagem para a produção de Furoshiki, promovido pela Fundação Japão Tóquio e pelo Ministério das Relações Exteriores do Japão (2010).

 

 

SERVIÇO

Exposição: “Passagens sob(re) a Terra: lembranças, memória e territorialidade”

Data: 11 de setembro de 2016

 

PROGRAMAÇÃO:

10h30 – Abertura da Exposição Passagens sob(re) a Terra: lembranças, memória e territorialidade

11h – Roda de Capoeira e batizado do grupo Congo do Vale – Contramestre Jorge

15h – Baile de forró Grupo Renascer Terceira Idade

17h – Dj Gustavo Borges

 

LOCAL

Casa de Cultura Frater Henrique Cristiano José Mattos

Rua São Vicente, 1100, B. Três Poderes – Igarapé, MG

 

 

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