A Central Galeria, Vila Buarque, São Paulo, SP, apresenta
até 19 de novembro, “Crapulocracia”, primeira mostra individual de Lourival Cuquinha na galeria. A exposição é a terceira de uma trilogia de exposições que vêm acompanhando os últimos capítulos políticos do país e a consequente derrocada do pacto democrático.
O trabalho de Lourival Cuquinha atinge o campo político geralmente partindo de impressões estritas e pessoais. Não chegou a concluir nenhum curso acadêmico, mas cursou engenharia química, filosofia, direito e história, passou dez anos na Universidade Federal de Pernambuco entre 1993 e 2002. Atua em artes visuais, nas áreas de artes plásticas, audiovisual (fotografia, cinema, vídeo) e intervenção urbana. Participou de exposições nacionais e internacionais, com trabalhos caracterizados pela interatividade e pelo diálogo com o público e com o meio urbano.
Em sua obra estão constantemente refletidos pensamentos sobre a liberdade do indivíduo e o controle que a sociedade e a cultura exercem sobre ele; assim como sobre a liberdade da arte, e o controle exercido sobre ela pelas instituições. Ao atuar tanto na cidade quanto na instituição, questionando o estatuto sobre o que é “obra de arte” e verificando os limites das instituições na hora de absorverem investidas artísticas transgressoras, sua obra nos leva a pensar nas formas pelas quais os artistas de hoje vêm se posicionando frente ao sistema da arte, além de criticar tais instituições, fazer uso delas, negociar permanentemente seu lugar, numa deriva contínua entre a crítica e a adesão. Percorrendo um arco que possui inflexões políticas e força poética, a obra de Lourival surge como local de provocação e nos leva a pensar sobre o lugar que a arte pode ocupar nessas negociações pelo exercício da liberdade, experimentando, assim, o seu alcance de intervenção no próprio sistema da arte e na realidade que o circunda.
Sobre o artista
Lourival Cuquinha (Recife, 1975) vive e trabalha em São Paulo. Foi reconhecido em diversas premiações e programas de residência como: Prêmio Funarte Conexão Circulação ArtesVisuais (2017), Prêmio Marcantônio Vilaça (2012), Prêmio Brasil Contemporâneo – Fundação
Bienal de São Paulo (2010), Artist Links – British Council (2009), entre outros. Suas exposições individuais incluem: Transição de Fase, Funarte (Belo Horizonte, 2018), O Trabalho Gira em Torno, MAMAM (Recife, 2015), Territórios e Capital: Extinções, MAM Rio (Rio de Janeiro, 2014), Capital: destruction-construction, PROGR Foundation (Bern, Suíça, 2012), Topografia Suada de Londres: Jack Pound Financial Art Project, Centro Cultural Correios (Recife, 2012). Entre as coletivas recentes, destacam-se: À Nordeste, Sesc 24 de Maio (São Paulo, 2019), Panorama da Arte Brasileira, MAM-SP (São Paulo, 2017 e 2011), Bienal Sur, Centro Cultural Parque de Espanha (Rosário, Argentina, 2017), 5º Prêmio Marcantônio Vilaça, MAC-USP (São Paulo, 2015). Sua obra está presente em importantes coleções públicas, como: CCSP (São Paulo), MAM-SP (São Paulo), MAR (Rio de Janeiro), MAMAM (Recife), Centro Cultural do Banco do Nordeste, entre outras.