“Fazer Litoral”, é a títulação da exibição individual da artista Malu Pessoa Loeb (até o dia 16 de novembro) no Ateliê 31, Cinelânida, Rio de Janeiro, RJ. A mostra reúne 65 obras que incluem esculturas, desenhos, pinturas e objetos, utilizando diversos materiais, como tinta, cera e cerâmica, em obras que exploram motivos florais e a fruta pitaya, que simboliza a dualidade entre ser residente e invasora. Em sua pesquisa, Malu Pessoa Loeb aborda questões sociais contemporâneas, como migrações e extrativismo, utilizando o feminino como conceito central para desafiar a apatia do mundo atual. A montagem da exposição busca criar um espaço de continuidade e conexão entre as obras, revelando um ciclo interconectado que permite ressignificações, promovendo uma reflexão profunda sobre a realidade e a poesia.
Shannon Botelho, curador da mostra, desenvolveu o conceito da exposição a partir do título “Fazer Litoral”. O “fazer” é entendido como um imperativo, que guia não apenas a criação das obras da artista, mas também sua prática de pesquisa poética no dia a dia. Já o “litoral” simboliza uma constante mudança, uma oposição a qualquer tipo de imposição. Ele se molda às marés e às condições do tempo, sofrendo transformações pelas ações sociais e pelo passar dos anos. Pensando na galeria do Ateliê 31, a artista propôs a montagem como um espaço de continuidade e conexão entre as obras, onde se revela um ciclo em que tudo está interconectado, mas pode ser ressignificado a qualquer instante. “Mimetizando o movimento orgânico da própria vida, as diferenças entre cada obra impossibilitam uma hegemonia, torna sofisticada e complexa a relação ativada por quem visita e confronta os trabalhos”, diz Shannon Botelho no texto curatorial.
Sobre a artista
Malu Pessoa Loeb nasceu em 1970, São Paulo, SP, cidade onde vive e trabalha, e também é artista e psicanalista. Faz apropriação direta de objetos e imagens, reproduzidos em pinturas, desenhos, pirógrafos e esculturas, que se condensam em uma só instalação. Dentre suas exposições, estão as individuais: 2022, Galeria Bianca Boeckel, “é melhor todo mundo ir embora”; 2019, Lona Galeria, “Além do Universo Fálico”. Coletivas: 2022, 19º Edição MARP e 19º Salão, Jataí GO; 2019, Meios e Processos FAMA, Itu; 2017, Museu da Diversidade Sexual, (acervo). Residências: Mirante Xique-Xique e Kaaysá. Feira: SP-Arte 2023; Livro Azo, curadoria de P. Quintella.