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AGENDA CULTURAL

Marcio Atherino e Rona Neves

A exposição “IndiviDuo”, que reúne trabalhos de dois talentos das artes visuais, aporta na Galeria Teste, Polo Têxtil, Rio Comprido, Rio de Janeiro, RJ, exibindo obras de Marcio Atherino e Rona Neves. Com curadoria de Flávia Tamoyo, a exposição resulta de uma vivência urbana, onde o aspecto psicológico se mostra nas figuras de um mundo contemporâneo, ansioso, claustrofóbico e individualista, porém, extremamente humano.

 

“Em estilos distintos com tema similar são estórias dentro de estórias geradas dentro de tantos gritos e sonhos o ser humano do mundo atual e cúmplice”, diz Flávia.

 

As obras do artista Marcio Atherino apresentam fortes traços contorcidos e intensos. Um trabalho que expressa o stress das grandes cidades através de pinceladas e materiais do cotidiano. Tanto a constante presença da figura humana quanto da caligrafia, reconhecidas nas imagens, tudo está a serviço da demonstração do caos psicológico e social do indivíduo em seu cotidiano.

 

Segundo Marcio Atherino, não há retoques, tudo ali é premeditadamente passional e espontâneo. “Num mundo individualista, nada como um quadro na parede refletindo sua opção individual, no único lugar de refúgio que sobrou, seu lar”, diz o artista.

 

Apresentando um trabalho intuitivo, livre, construído a partir do seu mundo particular, suas memórias, invenções, contos e lendas, Rona Neves possui obras que são fortemente influenciadas por imagens da sua infância, as escolas de samba, a folia de reis, as roupas no varal da sua casa, o candomblé, os bordados de sua mãe, e os brinquedos que eram confeccionados por seu avô.

“Aprendi a usar o que tinha em mãos, aquarela, lápis, pastel, carvão, esmalte, batom, maquiagem, tinta de parede. Sou urgente!”, conta Rona Neves. Inspirado pelo dia a dia da sua vida atual, o tempo e a rua são suas maiores fontes de criação.  Passeando por figuras, cores, animais, movimento e poesia, desenvolvendo um mundo onde a dura realidade também proporciona formas de beleza e contos de fadas, tal como no teatro. “Sou como minhas pinturas, sem moldura, sem bainha. Adoro coisas rachadas, quebradas, partidas… Aparentemente parecem sobras, mas sinto que se renovam quando coloco arte e poesia”, diz o artista.

 

 

Sobre os artistas

 

Mario Atherino vive e trabalha no Rio de Janeiro. Formado em Economia, trabalhou no mercado financeiro entregando-se mais tarde às artes plásticas. Estudou no Parque Lage e participou de curso intensivo no atelier de Charles Watson. Participou de várias exposições individuais e coletivas e suas obras já foram adquiridas por colecionadores no Brasil e no exterior.

 

Rona Neves nasceu e foi criado no subúrbio do Rio de Janeiro. Autodidata, pinta desde os 18 anos e trabalhou como cartazista e pintor cenotécnico em teatros no Rio de Janeiro. Este ofício lhe deu grande desenvoltura para pintar trabalhos em grande escala e com materiais variados. Pinta, desenha e cria instalações inspiradas em suas próprias histórias. Já dirigiu, produziu e escreveu filmes em curta-metragem dos quais alguns receberam premiações. Sendo ator, atualmente divide seu tempo entre sua casa em Laranjeiras e o atelier no Cosme Velho onde além de pintar, escreve peças de teatro e outras histórias.

 

Até 01 de outubro.

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