Luiz Pizarro apresenta obras recentes inéditas, abrindo espaço para a representação do Cosmos e questionando o homem como centro do universo.
Nos trabalhos mostrados por Luiz Pizarro na individual no Paço Imperial, Centro, Rio de Janeiro, RJ, (de 04 de março até 28 de abril), há uma notória preocupação do artista em expressar uma visão holística sobre os elementos, tirando a figura humana do centro das atenções para dar lugar ao todo, quer seja a natureza, a organicidade ou a harmonia universal. É disso que se trata “Metapaisagens”, que ocupa uma sala de 300m² com 18 telas de grandes formatos (medindo de 1,70m a 2,25m), produzidas entre o início de 2022 e 2023 em tinta acrílica, tendo as cores como elemento fundamental, uma forte característica em suas obras. No fundo do espaço, será apresentado o “Cubo Mágico”, – ou “Cubo dos Desejos” -, onde cada visitante é convidado a escolher uma cor nos novelos disponíveis, perpassando o total das letras do seu nome por pontos dentro da instalação interativa, “mentalizando desejos”. A figura geométrica também se faz presente em cubos brancos nas próprias telas, chamados por Pizarro de cubos de cristal. Esta é sua quarta mostra no Paço Imperial, onde já expôs, além de pinturas, gravuras e trabalhos em parafina.
“Estes trabalhos foram formulados em cima do conceito da colaboração, da interligação dos elementos. Já trabalhei muito a figura humana, desde o início da minha carreira. Desta vez, quis tirar isso das telas. Nossa contemporaneidade foi gerando uma centralidade que acabou sendo egocêntrica e egóica. Em “Metapaisagens”, o planeta Terra está representado por uma bola repleta de pontinhos que são a nossa imagem. Não somos mais do que pequenos pontinhos nesse planeta, planeta esse que também está inserido nesse espaço cósmico e sideral que, metaforicamente, é a tela como um todo, com plantas e flores, em um espaço aberto, o Cosmos”, diz Luiz Pizarro.
Sobre o artista
Luiz Pizarro nasceu em 1958, no Rio de Janeiro, residindo em Colônia, na Alemanha, de 1992 a 1998. Contemplado com a Bolsa Icatu de Artes, residiu e trabalhou em Paris, na Cité des Arts, entre março e agosto de 2006. Formado em Engenharia de Produção pela UFRJ e em Administração Pública pela EBAP – FGV, concluiu sua formação artística no Parque Lage, de 1981 a 1983. Pintor e arte-educador, possui experiência de quase 30 anos em atividades educacionais e socioeducativas. Conhecido por integrar a chamada “Geração 80” da arte brasileira, participou de duas edições da Bienal Internacional de São Paulo, lecionou com Beatriz Milhazes na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e coordenou projetos educacionais e sócio-interativos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no Museu Nacional de Belas Artes. Dentro da programação da exposição, o artista pretende organizar visitas guiadas com grupos de moradores em situação de rua e jovens de abrigos. Atualmente é representado pela Galeria Patrícia Costa, no Shopping Cassino Atlântico, em Copacabana.