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AGENDA CULTURAL

Miro no século XVII

A FASS, Vila Madalena, São Paulo, SP, galeria especializada em fotografias do início do século XX, além de cópias de época, ou vintage, apresenta “Miro – Um fotógrafo no século XVII”, exposição composta por onze trabalhos de Miro, releituras de  pinturas do século XVII, entre as quais, telas de Caravaggio.

 

São onze imagens que capturam por linguagem fotográfica obras renascentistas italianas, flamengas, francesas e espanholas, uma seleção que Miro utilizou como referência, para admirar a semelhança, atingida sem qualquer tipo de intervenção ou manipulação digital. As fotos, com tiragem de cinco, foram feitas em estúdio, apenas com os recursos à mão do fotógrafo na década de 1980: câmeras de grande formato e filmes positivos em placas de 4×5 polegadas.

 

As fotografias reunidas na mostra refletem um momento de introspecção do autor, às voltas com questões existenciais como a finitude e transitoriedade da vida, temas caros aos mestres daquele período.  Na versão de Miro, obas como “São Jerônimo”, de 1606, “São João Batista”, de 1604, e “Flagelação de Cristo”, de 1607, encantam e emocionam pela sensação de presença que exalam os personagens, os corpos que, vindos da pintura, parecem avançar em nossa direção reivindicando humanidade.

 

Nas naturezas mortas, essa procura obsessiva por um vislumbre da verossimilhança representada em telas de 400 anos atrás alcança um grau de expressividade que transcende a mera reprodução e gera uma nova mensagem.  Exemplos desse estilo recriados por Miro são as telas “Bodegon de Cocina”, de 1665, de Mateo Cerezo e “Bodegon e Paisagem”, atribuída a Juan Van Der Hamen y Léon.

 

Sobre o artista

 

Azemiro de Souza, o Miro, nasceu em 1949, na cidade de Bebedouro, SP. Foi laboratorista, assistente e nos anos 70 e 80 tornou-se um dos fotógrafos de publicidade e moda mais influentes do Brasil. Com um estilo influenciado pelas artes cênicas, pintura e cinema, Miro criou não só belos trabalhos fotográficos, mas tendências, além de dar cara a várias marcas. Sua busca quase obsessiva pela imagem precisa e fiel à sua imaginação moldou o mito criado em torno de sua obra. Em 2010 lançou o livro “Artesão da Luz”, pela Luste Editores.

 

 

Até 22 de dezembro.

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