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AGENDA CULTURAL

Mostra na Sala Guido Arturo Palomba

 

Exposição organizada a partir do acervo de artes visuais da Associação Paulista de Medicina, Bela Vista, São Paulo, SP, e da coleção particular que reúne obras de treze dos mais expressivos artistas do Concretismo brasileiro e presta homenagem ao psiquiatra forense e diretor cultural da instituição. Com visitação gratuita e abertura em 26 de outubro, o público poderá conhecer 30 obras assinadas por nomes como Luiz Sacilotto, Judith Lauand, Hércules Barsotti, Jandyra Waters, Paulo Pasta, Arcângelo Ianelli, Bárbara Spanoudis, Ramon Cáceres e Maurício Nogueira Lima.

Com curadoria do historiador e crítico de arte Enock Sacramento, um dos maiores especialistas dessas vertentes modernistas da arte brasileira, a exposição inaugura a Sala Guido Arturo Palomba, espaço que presta homenagem ao psiquiatra forense, um dos mais renomados profissionais da medicina legal e diretor cultural da Pinacoteca da Associação Paulista de Medicina.

Deliberada em votação realizada pela diretoria da APM em 17 de janeiro de 2020, a renomeação da antiga Sala Contemporânea da Pinacoteca da APM reconhece os esforços de Guido Arturo Palomba, que, desde 1982, é um dos maiores entusiastas da preservação e da continuidade do espaço cultural paulistano dedicado às artes visuais, uma das grandes paixões do médico, que possui uma coleção predominantemente construtivista e, inclusive, doará e emprestará obras de seu acervo para a exposição.

 

Acervo em construção

A criação do acervo artístico da APM, na segunda metade da década de 1940, contou com o apoio inaugural do então presidente, dr. Jairo Ramos, em resposta aos anseios de médicos, artistas e críticos de arte que participavam de palestras e debates realizados na sede da instituição. Em 1949, dr. Ernesto Mendes, um dos diretores da APM, recebeu a incumbência de também dirigir a recém-criada Pinacoteca. Por meio de uma campanha de doações de associados que viabilizaram um fundo destinado a aquisições, 14 obras de artistas modernistas compuseram o núcleo inicial da coleção, reunindo trabalhos de, entre outros, Aldo Bonadei, Alfredo Volpi, Anita Malfatti, Cândido Portinari, Emiliano Di Cavalcanti, Francisco Rebolo Gonzáles, José Pancetti, Lasar Segall, Mário Zanini e Tarsila do Amaral.

Entre outras ações pontuais, na década de 1980, quando o cirurgião plástico e pintor Aldir Mendes de Souza tornou-se presidente da Associação Profissional dos Artistas Plásticos do Estado de São Paulo (APAP/SP), foi estabelecido um convênio entre a APAP, a APM e a Unimed Paulistana, mediante o qual os artistas receberiam um plano de saúde em troca de trabalhos doados à Pinacoteca da APM. Ao longo de três anos a parceria possibilitou ao acervo da Pinacoteca a inclusão de obras de, entre outros, Alex Flemming, Bernardo Krasniansky, Gilberto Salvador, Léon Ferrari, Lúcia Py, Maria Bonomi e Sonia von Brusky. Egressos desse acordo, trabalhos de Bárbara Spanoudis, Valdeir Maciel e do próprio Aldir Mendes de Souza integram a mostra “Diálogo Construtivo Paulista”. A partir dos anos 1990, com a atuação regular do dr. Guido Arturo Palomba na Pinacoteca da APM, novas iniciativas, como a cessão do espaço para a realização de mostras individuais e a publicação de catálogos de algumas das exposições, a coleção continuou a crescer com obras de Antônio Peticov, Cláudio Tozzi, Gregório Gruber, Inos Corradin, Ivald Granato e muitos outros. Hoje, o acervo da Pinacoteca da APM conta com cerca de 200 obras das mais variadas vertentes estéticas e cumpre importante valor histórico e cultural, com o acesso gratuito ao público paulistano, de outros estados e países.

Lisonjeado com a homenagem que receberá, e em meio à expectativa pela abertura da mostra “Diálogo Construtivo Paulista”, Guido Arturo Palomba faz um balanço de sua atuação na Pinacoteca da APM. “Estou no Departamento Cultural da APM desde 1982, portanto há 40 anos. Comecei como membro e, posteriormente, me tornei diretor cultural, cargo que exerci por várias gestões seguidas. Procurei dar o máximo, não somente à Pinacoteca, mas, de modo geral, à APM, que é minha casa desde os primeiros dias de formado até hoje. A Pinacoteca é a menina de meus olhos e a ela me dediquei e me dedicarei até quando não mais quiserem que eu lá permaneça”, afirma.

A realização da mostra também compreende ações educativas, como visitas guiadas para escolas públicas, sobretudo as da região central de São Paulo, e a publicação de um livro, com tiragem de 500 exemplares e versão eletrônica, que será disponibilizado gratuitamente para instituições culturais e das redes municipal e estadual de ensino.

Até 30 de novembro.

 

 

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