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Nelson Leirner na Silvia Cintra + Box 4

“Homenagem a W.K. ou a Assombração de um Clone”, é nova exposição de Nelson Leirner, com vernissage agendado na galeria Silvia Cintra + Box 4, Gávea, Rio de Janeiro, RJ. Um diálogo com o trabalho do sul-africano William Kentridge, a mostra apresenta trabalhos bidimensionais, realizados em técnica mista.

 

A arte do sul-africano William Kentridge, com todo seu movimento, sombras e elementos multimídias, é um convite para um encontro com o mais novo trabalho de Nelson Leirner. Em “Homenagem a W.K ou a Assombração de um Clone”, o artista constrói uma série de imagens nas quais as obras de cada um se fundem, criando uma instigante interseção.

 

Como nas exposições anteriores, onde estabeleceu diálogos com grandes artistas, a exemplo de Marcel Duchamp, Leonardo Da Vinci, Mondrian, Lucio Fontana e Christo, a homenagem a William Kentridge surge primeiro de uma oposição para depois encontrar sua identificação. “Kentridge é ruído e movimento. Eu sou silêncio; sou tantas cores e ele, sombras, dramaticidade”, compara o artista.

 

Se estas diferenças aparecem no trabalho de cada um, é na crítica à condição política do Brasil e da África do Sul em que se dá a identificação. “Ao estudar vida e obra do artista, descobri que há muito em comum em nossas trajetórias”, conta Leirner, lembrando que ambos foram vozes ativas contra o estado de exceção em seus países. William Kentridge, no que diz respeito ao  Apartheid, e Nelson que foi, sem dúvida, um dos mais contundentes críticos à ditadura brasileira.

 

A primeira vez que Nelson Leirner teve contato com a obra de Kentridge foi na 6ª Bienal do Mercosul, em Porto Alegre, e, segundo o artista, foi bastante impactante. “Esta exposição talvez apresente o trabalho mais emblemático entre os artistas com quem já dialoguei”, afirma o artista. Sobre esta conversa constante, aliás, Nelson faz a seguinte reflexão: “Quase sempre deixo muito claro com quem estou dialogando ou uso de uma metalinguagem para criticar o sistema da arte. É impossível não encontrar referência histórica na obra de arte, pois não procuramos originalidade, mas sim um fio condutor que sempre aparece mesmo inconscientemente”. A mostra traz trabalhos bidimensionais, onde relevos se juntam à tela.

 

 

Até 11 de outubro.

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