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AGENDA CULTURAL

Nelson Leirner no Projeto Respiração

O Projeto Respiração, na Fundação Eva Klabin, Lagoa, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, em sua edição de aniversário – a 19ª desde 2004 -, a exposição “Nossa casa, minha vida – Visite apartamento mobiliado no local”, uma intervenção do artista Nelson Leirner, um dos grandes nomes da arte, na casa-museu da Lagoa. O curador Marcio Doctors destaca que convidou Nelson Leirner por ser “um artista que conserva o frescor inventivo da juventude, capaz de encontrar saídas estéticas surpreendentes para as situações mais adversas, da mesma forma que o Projeto Respiração foi uma estratégia curatorial, pioneira no mundo, criada para provocar novas leituras de um acervo fabuloso de arte clássica que estava engessado pelo tempo na Fundação Eva Klabin”.

 

“Leirner mantém-se coerente com a sua linguagem, conservando, com espírito lúdico, uma fina ironia e uma crítica contundente das estruturas políticas do mundo da arte e da sociedade contemporânea”.

 

Em texto que acompanha a exposição, o próprio artista escreve sobre seu trabalho “Nossa casa minha vida – Visite apartamento mobiliado no local”: “Convidado por Marcio Doctors – curador da Fundação Eva Klabin e do Projeto Respiração – a participar com uma intervenção comemorando os Dez anos do bem-sucedido evento, me vi sentado em um dos luxuosos quartos da mansão situada na Lagoa, discutindo com Marcio como seria minha ação. A suntuosidade da casa e o nobre lugar onde estava edificada me faziam pensar em como utilizar o espaço oferecido sem nem uma intervenção em seu interior.  Minha primeira intenção foi colocar o palacete à venda. Hipoteticamente vendido serviria para a construção de um edifício  usufruído por uma classe A, o que politicamente me desagradava como conceito. Foi a partir deste pensamento que me ocorreu inverter o seu uso: faria uma intervenção sem entrar no mérito destes programas sociais, e sim apontar todos os desmandos praticados em seu uso pelo nosso governo. Resolvi usar o programa ‘Minha Casa Minha Vida’ construindo dentro de uma das salas um apartamento totalmente mobiliado em 24 metros quadrados para ser habitado por uma família composta de um casal e dois filhos. Fiz questão de não dar minha opinião, mas sim recolher o material vindo de nossa imprensa. O recolhido daria para escrever um livro, e vou abaixo anexar algumas linhas que corroboram o projeto:

 

‘(…) Habitar não é apenas morar, mas sim ter necessariamente acesso a transporte, infraestrutura urbana…escola, postos de saúde, enfim um conceito que implica convivência, funcionalidade e mobilidade social…

(…) Enquanto não controla com responsabilidade e comando firme, as obras do Minha Casa Minha Vida servem somente para dar oportunidade a seus auxiliares  de fazerem um ‘pé de meia’, como ‘Minha Casa Minha oportunidade’.

(…) Mobilidade…Falta de Planejamento …as pessoas querem morar perto de onde existe trabalho.

(…) Quadrilha que explorava 5 mil pessoas em seis condomínios do Minha Casa Minha Vida…

(…) Dilma utiliza telão com transmissão ao vivo para entregar casas em sete Estados.

(…) Dilma só pode entregar obras até sexta feira: um dia antes, ela e dez ministros vão participar de solenidade em sete Estados para inaugurações simultâneas do Minha Casa.

(…) residencial do Minha Casa Minha Vida apresentam riscos… rachaduras, forro cedendo, e casas inclinadas são problemas encontrados.

(…) Famílias ocupam casas interminadas… Residências estão sem teto, portas, janelas…

(…) Após cinco anos de espera, grupo invade conjunto do Minha Casa Minha Vida’.

…e muito mais…”.

 

 

Sobre a Coleção Eva Klabin

 

A Fundação Eva Klabin possui um acervo com obras que remontam do Egito Antigo ao Impressionismo. As obras de arte, espalhadas pelas diferentes salas da casa, em meio ao mobiliário e objetos de arte decorativas, refletem a paixão da colecionadora Eva Klabin (São Paulo,1903-Rio de Janeiro,1991) pela arte. A colecionadora reuniu um dos mais importantes acervos de arte clássica dos museus brasileiros, com mais de duas mil peças, procedentes de quatro continentes e cobrindo um arco de tempo de quase cinquenta séculos. Um dos grandes destaques do acervo é a coleção dos mestres da Renascença e do Maneirismo, onde podem ser vistas pinturas, esculturas e relevos de artistas como Tintoretto, Botticelli, Bernardo Strozzi, Guiberti, Luca e Andrea della Robbia, entre outros. É possível também deparar-se com gravuras de Rembrandt ou uma paisagem do impressionista Camille Pissarro, assim como pinturas inglesas dos sec. XVIII de Reynolds e Gainsborough ou pinturas flamengas e holandesas do sec. XV ao XVII de artistas como Isenbrandt, Jan Provost, Govaert Flinck ou Gerard Ter Borch. Outras atrações são as coleções de objetos de arte chinesa de diferentes dinastias e as cerâmicas pré-colombianas, dos diferentes povos que habitaram as Américas.

 

 

Até 16 de novembro.

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