Até dia 03 de abril, o público pode conferir a exposição “Elifas Andreato, 50 Anos” no Museu Correios Brasília, Setor Comercial Sul
Quadra 04, Bloco A, 256, Brasília, DF. A mostra comemora meio século de carreira do artista paranaense e traz obras que marcaram a fase áurea da música popular brasileira, a luta contra a ditadura e o teatro brasileiro.
Os visitantes têm oportunidade de conferir capas e cartazes feitos para os principais nomes da MPB, como Paulinho da Viola, Elis Regina, Martinho da Vila, Tom Zé, Chico Buarque, Adoniran Barbosa e Vinicius de Moraes, entre outros. Um dos destaques é a releitura da histórica capa do disco ‘Ópera do Malandro’, de Chico Buarque – uma das mais caras produções de arte para a indústria fonográfica.
O universo infantil está representado através da reprodução em grande escala da arca e dos bichinhos que compõem a capa do inesquecível ‘Arca de Noé’, de Vinicius de Moraes. Crianças e adultos podem se colocar dentro da capa, em uma proposta expográfica que desdobra os planos da obra, quase como em um livro pop-up.
A contribuição de Elifas Andreato para o teatro ganha espaço com cartazes de peças como ‘A Morte de Um Caixeiro Viajante’, de Arthur Miller, com direção de Flávio Rangel; ‘Mortos Sem Sepultura’, de Jean-Paul Sartre, dirigida por Fernando Peixoto; e ‘Murro em Ponta de Faca’, de Augusto Boal, com direção de Paulo José.
A atuação política, sobretudo durante o regime militar, é representada através das cópias de alguns dos trabalhos que ilustraram a resistência à Ditadura, como capas para publicações alternativas que fundou e dirigiu: os jornais ‘Opinião’ e ‘Movimento’ e a revista ‘Argumento’. Como denúncia dos crimes cometidos pelo regime, estão ‘25 de Outubro’ (1981), onde Elifas escancarou em tela o assassinato do jornalista Vladimir Herzog nas instalações do DOI-CODI, e o majestoso painel ‘A Verdade Ainda que Tardia’ (2012), encomendado pela Comissão da Verdade da Câmara, presidida pela deputada federal Luiza Erundina. A mostra traz ainda um raro exemplar do Livro Negro da Ditadura Militar, com capa assinada pelo artista, além de outras reproduções e objetos valiosos que ajudam a recontar a trajetória de Elifas Andreato e seu compromisso com a cultura e a história do País.
Depois de Brasília, a exposição ocupará o Centro Cultural Correios, em São Paulo, de 16 de abril até 07 de junho.