A Galatea tem o prazer de anunciar a representação do artista O Bastardo. O Bastardo (1997, Rio de Janeiro, Brasil) nasceu e cresceu em Mesquita, município da Baixada Fluminense, periferia do Rio de Janeiro. Atuando, inicialmente, com linguagens como o grafitti, o artista elabora um diálogo estreito entre questões autobiográficas e o pensamento pictórico, fruto de vivências familiares e passagens por escolas de arte, como a EAV – Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, e a Beaux-Arts de Paris, na França. Hoje, O Bastardo vive e trabalha em São Paulo.
Os temas trazidos em suas obras abordam o cruzamento entre práticas cotidianas do empoderamento de pessoas negras e gestos de pertencimento a grupos sociais, como a religiosidade ou a descoloração do cabelo. Nos retratos, em séries como Pretos de griffe (2021-2023) e Só Lazer (2021-2023), consumo, lazer e autoestima são algumas das identificações exibidas por grupos que, a princípio, estão ausentes desse tipo de representação. Como aponta Lilia Schwarcz em comentário sobre O Bastardo, “Lazer e consumo configuram assuntos cada vez mais recorrentes em obras de artistas racializados, já que a história evidenciou os gestos de violência e sobrevivência como modo de inserção e denúncia às atrocidades perpetradas à maioria da população brasileira. O Bastardo faz de seu próprio nome, precedido por artigo definido, um vínculo de subversão de sua própria história, mantendo a palavra classificatória que, nas cenas das artes, passa a redirecionar o assunto e alertar para a prática de exotizar as margens.”
Em 2023, O Bastardo tornou-se membro da comissão curatorial da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Entre as suas principais exposições, estão a individual: O Bastardo: o retrato do Brasil é Preto, Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, 2023; e as coletivas: Brasil Futuro: as formas da democracia, Museu Nacional da República, Brasília, 2023; Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro, Instituto Inhotim, Brumadinho, Minas Gerais, 2022; Histórias Brasileiras, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, São Paulo, 2022; Brasil Coleção MAR + Enciclopédia Negra; Contramemoria, Theatro Municipal de São Paulo, São Paulo, 2022; Crônicas Cariocas, Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, 2021.
Suas obras fazem parte de coleções públicas nacionais e internacionais, tais como: Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; Xiao Museum of Contemporary Art, Rizhao, China.