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AGENDA CULTURAL

O TOM DO AZUL

O Gris Escritório de Arte, Pinheiros, São Paulo, SP,  abre a exposição coletiva “#kindofblue”, com curadoria de Sue-Elie Andrade-Dé, composta por cerca de quarenta fotografias de Beto Riginik, Cassandre Sturbois, Cholito Chowe, Julia Milward, Gabriela Portilho, Luiz Trezeta e Victor Dragonetti, dois desenhos e uma peça exclusiva do designer de mobiliários e artista plástico Rodrigo Edelstein, além de uma instalação com esculturas, da artista plástica Norma Grinberg, e um livro de Julia Milward. Inspirada na cor azul e em todas as possibilidades criativas que a envolvem, a mostra acontece sob uma perspectiva de improvisação, de multiplicidade, imersa em cores que delimitam o espaço do indefinível, construindo e desconstruindo elementos.

 

Através do tempo, o azul deixou de ser apenas uma cor – evoluiu e se tornou um conceito versátil. Em nossa sociedade, o azul tem o efeito psicológico do frio e da masculinidade, mas é também considerado como a cor da verdade, e de forma mais negativa, da melancolia e da morte. “Quem nunca se assustou ao ver aparecer o famoso ‘blue screen’ na tela do computador?”, comenta a curadora da exposição. Em “#kindofblue”, a intenção é explorar todos esses conceitos, em obras que não necessariamente reproduzem a coloração, mas que, de alguma forma, transmitem as sensações que o azul carrega. Citando algumas peças que fazem parte da mostra, uma fotografia de um crânio humano coberto com tinta azul, de Cholito Chowe; Gabriela Portilho expõe “Luz”, com uma paisagem composta por coqueiros e um fundo degradê com tonalidades que vão do cinza ao azul; Victor Dragonetti apresenta “Ana”, fotografia em preto e branco retratando uma mulher tirando a blusa, sozinha em um ambiente melancólico; e “Ópera do Malandro”, em que Beto Riginik fotografa um homem vestido de mulher em um clima vintage de câmeras analógicas antigas, com fundo que mescla diferentes tons de azul.

 

Para a mostra, destacam-se como referências o famoso disco de jazz de Miles Davis, “Kind of Blue” – do final da década de 1950, composto como uma série de esboços “modais”, com o intuito de deixar os músicos interpretarem as músicas no improviso, da forma mais espontânea possível; O artista francês Yves Klein, que se proclamava dono do céu, inventando o IKB (International Klein Blue), um pigmento azul que tem a capacidade de provocar uma sensação quase perturbadora de proximidade e de infinito simultaneamente; Claude Machurat, psicanalista da Association Lacanienne Internationale pour le Cercle Castellion, que evoca o azul como a “música dos olhos” – fazendo referência ao compositor Frédéric Chopin em sua busca da “note bleue”.
Contribuindo com a proposta original do GRIS Escritório de Arte, “#kindofblue” traz para seu acervo novas linguagens, com foco na fotografia emergente e incentivando projetos singulares, proporcionando ao público a oportunidade de vivenciar uma experiência cultural consistente, em um ambiente criativo e inspirador.

 

 

De 08 de novembro a 20 de dezembro. 

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