Diferentes vozes, cada uma com seu ritmo e timbre. Diferentes rostos, traços, nomes e histórias. Todos eles fazem referência a uma mesma realidade: a dos povos originários deste território que conhecemos como Brasil. “Aqui estamos”, exposição individual de UÝRA, reúne múltiplas experiências de pessoas indígenas em diáspora, contadas por meio de sons, imagens e narrativas que se enraízam pelo espaço expositivo do MAM Rio, Parque do Flamengo, Rio de Janeiro, RJ. A curadoria é de Beatriz Lemos,
Em contraponto aos apagamentos históricos perpetuados no presente, as pessoas que aparecem em “Aqui estamos” trazem histórias raramente contadas e reafirmam sua posição no mundo. Seu modo de existir é, ao mesmo tempo, individual e coletivo, e catalisa tanto o ato de reconhecer quanto o de pertencer.
Resultado de um processo de pesquisa e de encontros realizados pela artista em várias regiões do Brasil, as obras iniciam um trabalho de mapeamento e interconexão entre indígenas, principalmente em contextos urbanos, seguindo linhas de parentesco construídas a partir da terra e de contatos possibilitados pelas águas.
Sobre UÝRA
Emerson, 30 anos, indígena da Amazônia Central. É biólogo, mestre em Ecologia, e atua como artista visual, arte educadora e pesquisadora. Mora em Manaus, território industrial no meio da Floresta, onde se transforma para viver UÝRA, uma árvore que Anda. Destaque da 34º Bienal de SP, da Bienal Manifesta! e vencedora do Prêmio PIPA 2022, UÝRA utiliza o corpo como suporte para narrar histórias de diferentes naturezas via fotoperformance, performance e instalações. A partir da paisagem Cidade-Floresta, se interessa pelos sistemas vivos e suas violações, com ênfase na memória e diáspora indígena. Seus trabalhos compõem acervos como na Pinacoteca de São Paulo e no Museu Castello Di Rivolli (Itália).