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AGENDA CULTURAL

Pedro David e a Fase Catarse

 

Fotógrafo representado pela Galeria da Gávea, Rio de Janeiro, RJ, Pedro David apresenta sua “Fase Catarse” em sua primeira exposição individual na cidade. A mostra reúne três séries produzidas entre 2008 e 2011 – “Aluga-se”, “Coisas caem do Céu” e “Última Morada”. Em comum, elas trazem a interpretação do ambiente urbano particular do artista mineiro nascido em Santos Dumont.

 

A exposição traduz a leitura de Pedro David para momentos de introspecção, incômodo e superação vivenciados nestes quatro anos. Aborda a exaustiva busca para encontrar um lugar para se viver nos centros urbanos, a falta de educação de vizinhos, e o esforço de recuperação após a morte da mãe por meio de um olhar poético sobre seu ambiente e pertences.

 

Cada um dos trabalhos foi produzido enquanto o artista vivenciava tais situações cotidianas, em um processo no qual a fotografia servia, a cada registro, como instrumento de catarse. “As fotos me guiaram por essas situações, me ajudando a entendê-las e a passar por elas. Não à toa decidi reunir as três séries em uma única mostra, pois juntas representam um momento importante na minha vida”, comenta.

 

São ao todo cerca de 30 fotografias impressas em diversos tamanhos, além de uma instalação áudio visual composta por fotografias editadas em vídeo, acompanhadas por pequenos poemas autorais que introduzem cada série.

 

 

Aluga-se, 2008

 

Na primeira série, o artista apresenta uma coleção de fotografias realizadas em apartamentos vazios, oferecidos para locação e visitados em 2008 enquanto procurava um novo lar. São paredes vazias, que registram o caminho da luz dentro destes ambientes. “Aluga-se” parte de uma metáfora sobre a vida nos grandes centros. A busca da luz, presente nas fotografias, alude diretamente à observação do futuro inquilino, que observa a luminosidade dos apartamentos visitados, e simboliza a busca de sentido do urbanóide contemporâneo”, explica.

 

 

Coisas Caem do Céu, 2008/2009

 

Já no segundo momento, objetos insignificantes, lançados por vizinhos por suas janelas e depositados na área privativa de seu apartamento após busca frenética registrada na série “Aluga-se”, foram colecionados e cuidadosamente fotografados em ´close up´,  técnica semelhante à utilizada para fotografar esculturas. “Objetos que nem sequer mereceram ser dispensados à lixeira, tinham sido simplesmente lançados para fora das vidas dessas pessoas. Ganharam então uma atenção especial depois de serem encontrados sobre o piso cimentado da minha residência”, conta.

 

 

Última Morada, 2010

 

A trilogia é encerrada com 15 fotografias editadas em um vídeo, sequenciadas em lentas fusões e acompanhadas por um som ofegante de respiração. Os trabalhos representam o retorno do artista ao apartamento que antes compartilhava com sua mãe, após morte dela, para esvaziá-lo. Foi um mês de visitas antes de tirar qualquer coisa, fotografando sua última morada. Com o auxilio dos registros, a antiga presença foi transformada em permanente ausência.

 

 

Sobre o artista

 

Nascido no município de Santos Dumont, Minas Gerais, em 1977, Pedro David vive e trabalha entre Nova Lima e Belo Horizonte. Fotógrafo e artista visual, graduado em jornalismo pela PUC-MG, em 2001, cursou pós-graduação em artes plásticas e contemporaneidade na Escola Guignard, UEMG, 2002. Tem três livros publicados – “Paisagem Submersa” pela Cosac Naify 2008, “O Jardim”, pela Funceb 2012 e “Rota Raiz” pela Tempo D´Imagem 2013. O artista possui trabalhos em coleções como a do Museu de Arte Moderna de São Paulo, Musée du Quai Bralnly, Paris, e a prestigiada Coleção Pirelli – MASP.

 

Entre as mostras individuais, destacam-se a realizada na Galeria Astarté, Madri, Espanha – 2014, MAM – Bahia, Salvador, 2012, Lemos de Sá Galeria, Belo Horizonte, 2012, Fauna Galeria, São Paulo, 2012, as mais recentes. Entre as coletivas, participou da I Bienal de Fotografia do MASP, São Paulo, 2013, Photoquai, Paris, 2013 e em Esquizofrenia Tropical, Photoespaña – Madri – 2012, além das realizadas no Museu de Arte Contemporânea do Ceará, Fortaleza-CE, 2012, Ex-Teresa arte Actual, México D.F., 2011, Museu da Imagem e do Som, São Paulo – 2011, Geração 00, Sesc Belenzinho – São Paulo, 2011, Noordelicht Photogallery, Groningen, Holanda, 2008 e na 5ª Bienal de Fotografia e Artes Visuais de Liége, Mammac – Liége, Bélgica, 2006. No currículo contam ainda prêmios como o Nexo Foto, Madri, Espanha, 2014, o Prêmio Nacional de Fotografia Pierre Verger, 2011, Prêmio União Latina – Martín Chambi de Fotografia, 2010 e o Prêmio Porto Seguro Brasil de Fotografia, 2005, entre outros.

 

 

De 14 de novembro de 2014 a 30 de janeiro de 2015.

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