Cenas cotidianas ou fragmentos delas serviram de inspiração para os onze trabalhos inéditos de Cristina Canale, na mostra “Pars Pro Toto”, do latim: “Parte pelo todo”, em cartaz na Galeria Silvia Cintra + Box4, Gávea, Rio de Janeiro. Com traços bastante singulares, onde os elementos figurativos aparecem sempre à beira de uma iminente dissolução na abstração, a artista levou um ano para concluir este projeto. As seis pinturas em técnica mista sobre tela reúnem uma ampla variedade de cores, e ilustram momentos do cotidiano. “Mostro imagens fragmentadas, como no caso da raposinha, de “Good Bye Lógica”; cenas de um ângulo que indicam uma narrativa, como nas telas “Desfile” e “Par”; ou a figura que se funde no contexto, como o vestido da menina em “Mimetismo”, explica a artista. Ainda completam a exposição cinco obras sobre papel, todas feitas com a técnica touché, em que a artista utiliza nanquim colorido. Nestes trabalhos, ela joga com a ideia de ausência e presença, visível e invisível. “Os papeis dialogam com as pinturas, mas propõe uma outra sensibilidade de material e forma de lidar com a imagem”, diz a artista. Cristina Canale é formada em desenho e pintura pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Sua primeira participação em exposições foi em 1984, na coletiva “Como Vai Você, Geração 80?”. A partir desta mostra ela passou a fazer parte de um dos núcleos mais consistentes e conhecidos da retomada da pintura no Brasil. Em 1991 recebeu o Prêmio Governador do Estado, na XXI Bienal Internacional de São Paulo. Cristina Canale mudou-se para a Alemanha em meados da década de 1990, onde estudou na Academia de Artes de Düsseldorf sob a orientação do artista conceitual holandês Jan Dibbets. Entre as exposições mais recentes no Brasil, estão as individuais no Instituto Tomie Ohtake, São Paulo, em 2007, e no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, em 2010, além da participação na Bienal de Curitiba, em 2011.
Até 18 de maio.