A Galeria Fortes Vilaça, Vila Madalena, São Paulo, SP, apresenta “Planos de expansão”, exposição coletiva com 13 artistas do time da galeria: Armando Andrade Tudela, Cerith Wyn Evans, Franz Ackermann, Gabriel Lima, Iran do Espírito Santo, Julião Sarmento, Los Carpinteros, Luiz Zerbini, Marine Hugonnier, Mauro Restiffe, Rodrigo Cass, Rodrigo Matheus e Sarah Morris. A mostra se estrutura em dois eixos principais; arquitetura e urbanidade que ora se confrontam e ora se sobrepõem à abstração e geometria.
As obras de Franz Ackermann, Luiz Zerbini e Sarah Morris desconstroem elementos da arquitetura. Na pintura “Torrada”, de Luiz Zerbini, volumes são sobrepostos, um jogo de encaixes que forma um grande ponto de fuga. A superfície da tela é ativada por lacunas brancas que emprestam a imagem uma natureza virtual. Na tela de Ackermann podem-se ver detalhes de prédios fragmentados em uma composição acêntrica e acelerada. Em “Praça da Apoteose”, de Sarah Morris, o título revela a referência a Niemeyer, que de outra forma seria discreta e abstrata. A relação entre abstração e história está no centro da produção da artista e fica evidente na colagem “Black Tie”, onde as mesmas formas de Niemeyer se sobrepõem ao pôster americano do filme “Eles não usam black-tie”, de Leon Hirszman.
Armando Andrade Tudela apresenta uma escultura que sugere uma construção rígida onde materiais de natureza coorporativa, como acrílico, se misturam à juta. Esta obra, assim como o vídeo de Rodrigo Cass, faz referência ao neoconcretismo brasileiro e aos pavilhões de Hélio Oiticica, construídos através de planos de cor. Já a pintura de Gabriel Lima, “Leste”, – onde uma bandeira branca é sobreposta ao plano branco do painel -, transita entre a abstração e a significação nos obrigando a tomar um ponto de vista. Os trabalhos “Forma” de Rodrigo Matheus e “Les Actualités” de Marine Hugonnier traçam um diálogo explícito entre urbe e abstração. Marine contrapõe uma foto do World Trade Center à uma escultura abstrata, enquanto Matheus usa o título do trabalho para reforçar a abstração geométrica presente na arquitetura de edifícios. A cidade como cenário, tema, ponto de partida, plano em expansão é o fio condutor da mostra.
Até 24 de janeiro de 2014.