A nova exposição individual de Bruno Veiga, “Polípticos”, acontece na Galeria da Gávea, Rio de Janeiro, RJ, traz uma reflexão sobre Brasil contemporâneo e texto de apresentação de Iatã Cannabrava. Desdobramento de um processo de observação que começou nas eleições de 2014, a exposição é composta por fragmentos de imagens dos candidatos com as quais cidadãos cariocas foram obrigados a conviver diariamente durante o período eleitoral do ano passado. Nos banners pelas ruas, os retratos mostravam olhares e sorrisos muito semelhantes, uma consequência direta da supremacia da estratégia publicitária sobre diferenças políticas. Os cartazes eram muito parecidos e, ao mesmo tempo, tão distantes quando registrados em macrofotografia, técnica usada pelo fotógrafo neste trabalho.
Segundo Bruno Veiga, uma das ideias da exposição é chamar atenção para os detalhes que o olho humano não vê, como as retículas que formam a impressão de uma imagem digital. “É importante não ignorar o fator político. Faço uma reflexão sobre a tendência, desde a queda do Muro de Berlim, da convergência das práticas dos partidos da centro-direita até a centro-esquerda e o consequente aumento da percepção pelo cidadão de que ‘os políticos são todos iguais’, ponto de vista com o qual eu não concordo. Optei então por discutir essa realidade por meio de jogos de profundidade e da plasticidade, um caminho mais subjetivo”.
Sobre o artista
Bruno Veiga tem 13 individuais no currículo, entre elas Paisagem Blindada (2013, Galeria da Gávea, Rio de Janeiro), Território Suburbano (2013, Parque das Ruínas, Rio de Janeiro), Garagem Hermética (2013, FotoRio, Centro Municipal de Arte Helio Oiticica, Rio de Janeiro) e Pedras Portuguesas (2010, Galeria da Gávea, Rio de Janeiro), para citar as mais recentes. Sua trajetória como fotógrafo começou nos anos 80, com trabalhos para os jornais O Globo e Jornal do Brasil, e seguiu nos anos 90 na Agência Tyba, como freelancer. Já em 1995, abriu a Strana Agência Fotográfica. Suas obras podem ser encontradas em coleções do Brasil e exterior, como a Maison Européene de la Photographie, de Paris, o Instituto Itaú Cultural, de São Paulo e no MAM-RJ.
Até 15 de maio.