Em sua primeira individual na galeria Laura Marsiaj, Ipanema, Rio de Janeiro, RJ, Monica Piloni mostra um par de esculturas, denominadas “Ímpar”. O trabalho de Monica Piloni está apoiado em princípios simbólicos que fazem referência a uma espécie de tríade entre o positivo, o negativo e o neutro, a doutrina das três forças que são a raiz de todos os sistemas e faz parte de um código suscetível de várias interpretações. No caso das esculturas, uma hiper-realista e a outra em bronze polido, estão suspensas por um trio de muletas criando uma tensão porém, em equilíbrio pleno na sua levitação. Suas formas foram extraídas da figura humana e reagrupadas numa colagem que triplica os pares e opostos como os seios e a perna esquerda, da mesma maneira que triplica os únicos pontos centrais como o umbigo e a vagina. Sua construção partiu do tetraktys, o símbolo primário da filosofia pitagórica, no qual um triângulo equilátero com um ponto central e quatro pontos em cada lado, representava o universo e a soma de todas as dimensões geométricas possíveis.
No Anexo
Na sala anexa serão exibidos dois vídeos de Monica Piloni, um deles com o título de “16B” e outro também com o título de “Ímpar” que criará a atmosfera para esta série em que a artista está absorvida desde 2008. No vídeo “Ímpar”, o recurso de espelhamento tão ordinário e demasiadamente explorado foi conveniente para representar no plano o que já era construído tridimensionalmente. Os momentos obscuros são iluminados por supostos ritos e intercalados com penetrações em planos fechados. Em “16B”, o número do apartamento onde foi seu antigo atelier, a própria artista interage com os seus objetos inanimados.
Até 29 de agosto.