A Galeria Aliança Francesa inaugura nesta quinta, dia 25, o “Projeto Identidades – 2ª edição”, exposição que apresenta cerca de 25 obras de 17 artistas e oferece ao público uma reflexão sobre a extensa gama de entendimentos que a identidade suscita em cada um de nós. Sob a curadoria de Osvaldo Carvalho, a exposição traz obras deAna Paula Albé, Benoît Fournier, Eduardo Mariz, Osvaldo Carvalho, Fábio Carvalho, Gabriela Massote, Gian Shimada, Isabel Löfgren e Patricia Gouvêa, Marcelo Carrera, Mayra Rodrigues, Paulo Gil, Paulo Jorge Gonçalves, Raimundo Rodriguez, Rogério Reis, Vincent Catala e Vincent Rosenblatt.
A identidade, de modo vulgar, é entendida como um documento (material) que caracteriza determinada pessoa e a qualifica em origem a um grupo social desde o conceito mais amplo, nacional (como o passaporte), até os mais específicos de localidade (RGs), trabalho (carteira de trabalho ou crachá funcional), escola (carteira de estudante), clube (carteira de sócio), etc. em que temos uma constituição jurídica do indivíduo legalizada pelo documento de que é portador. Mas essa conceituação tem implicações investigativas também em outras áreas do saber (sociologia, antropologia, filosofia, história, artes visuais, entre outros) cujas definições se multiplicam mediante a abordagem escolhida.
Entre artistas visuais não é menos complexo o efeito das pesquisas realizadas na compreensão e formação de uma identidade. Os trabalhos reunidos nesse projeto compreendem um amplo espectro poético visual que invoca eixos como memória – afeto, história -resgate, cultura – discurso. A diversidade de enfoques estabelece parâmetros que possibilitam, nesse mesmo conjunto, discutir as bases da individualidade, o que nos faz verdadeiramente únicos em meio ao coletivo.
Nessa edição os trabalhos apresentados afinam o espectro poético visual que foi anunciado na edição anterior – como me vejo e como sou visto ainda é recorrente; contudo, ver o outro com sensibilidade cívica revela-se uma necessidade premente, urgência primeira frente a discursos de ódio e intolerância sociais. Assim é que este projeto tem desvelado camadas mais profundas do indivíduo: suas máscaras, máscaras alheias, vozes em seco e a secura na boca. Não há silêncio possível quando a escuridão se faz, é preciso gritar. Gritemos!
A exposição é uma organização da Aliança Francesa Rio de Janeiro e conta com o apoio do Consulado Geral da França no Rio de Janeiro, Institut Français Brasil, Air France, TV5.
Até 26 de fevereiro de 2019.