O artista plástico e arquiteto Edo Rocha apresenta na Ricardo Camargo Galeria, Jardim Paulistano, São Paulo, SP, a exposição “O Passado Presente”, uma síntese da sua produção artística de 1967 a 2013, período em que expressou sua emoção e pensamento por meio de diversos tipos de materiais e técnicas. Essas duas vertentes do seu trabalho podem ser identificadas entre as 22 obras selecionadas, entre telas, esculturas, aquarelas e transparências. Merece destaque uma série de sete relevos em papel sobre papel produzidos em 2012, nos quais mescla sinais de impulsividade, delicadeza e movimento.
Há dez anos Edo Rocha não fazia uma exposição em São Paulo. Sua última mostra foi Arquitetura e Arte. Mesmo com pouco tempo para dedicar ao ofício, ele nunca deixou de manifestar sua expressão artística desde quando começou a pintar aos 13 anos de idade. Edo Rocha aproveita o momento para dedicar a mostra a seus amigos e gurus Wesley Duke Lee e o Willys de Castro, que interferiram de maneira definitiva em seu trabalho.
A palavra do artista
É incomum um artista falar sobre sua obra. Na verdade, quando ele quer comunicar sua emoção, ele faz a obra e não a explica. Comecei a pintar aos 13 anos e com 17 estava na IX Bienal de São Paulo. Ser um artista e arquiteto não é fácil, pois a arquitetura toma muito tempo e dedicação. Em 50 anos, pintei mais de 600 quadros e em 40 anos de arquitetura, mais de 900 projetos e mais de 10.000.000 de m² projetados, enfim, bastante trabalho. Esta exposição, “O Passado Presente”, tenta mostrar a releitura dos dois lados do meu trabalho, relacionado com o pensamento e a emoção.
Durante minha trajetória tive 2 W, amigos & gurus que interferiram de forma positiva no meu trabalho. O Wesley Duke Lee e o Willys de Castro, coincidentemente os dois começavam com W e os 2 eram o extremo. Wesley, a emoção, provocação, irreverente e inusitado, o Willys, o concreto, racional, previsível e coerente.
Demorou algum tempo para que estas duas forças, aparentemente antagônicas, se harmonizassem em um único pensamento. Esta exposição junta o pensamento, a emoção, o sentimento e a sensação, de forma a permitir enxergar melhor o futuro.
Sobre o artista
Edo Rocha. Arquiteto, urbanista, artista plástico e fotógrafo. Formado pela FAU, é presidente da Edo Rocha Arquiteturas. Com uma trajetória artística de mais 50 anos, participou da Bienal Internacional de São Paulo, nas edições de 1967 e 1969, realizou diversas exposições no Brasil e no exterior. É, desde 1980, membro do Conselho do Museu de Arte Moderna de São Paulo, MASP e ainda faz parte do Conselho da Associação dos Escritórios de Arquitetura, ASBEA.
Até 23 de março.