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AGENDA CULTURAL

Siesta

O artista peruano Daniel Barclay desenvolve na galeria Emma Thomas, Jardins, São Paulo, SP, o projeto “Siesta”, um lugar intermediário entre o ambiente do ateliê e uma individual, com foco no processo e no relacionamento com o público, sem a mediação do galerista. No dia 11 de julho, às 18h, haverá um diálogo no espaço, momento de pausa no desenvolvimento da ocupação, onde as obras e seus relacionamentos também entram em estado de repouso, siesta.

 

 

Sobre o artista

 

Daniel Barclay nasceu em Lima, Perú, em 1972. Estudou artes plásticas na escola de arte Corrente Alterna (Lima, Peru), entre os períodos 1994 e 1999. Depois realizou uma tese na mesma escola, “Chamán Urbano” centrando-se em estéticas híbridas. Durante este período, foi parte do coletivo Otrosomos (2000-2003). Realizou um MFA na Central Saint Martins (Londres) no período 2003-2004. Nesta etapa aprofundou-se na leitura da imagem influenciada por ideias da “performative writing”, estabelecendo uma aproximação à pintura e instalações em diferentes níveis dos códigos visuais. No ano 2010 participou de uma residência artística na Faap e após diferentes projetos na cidade durante 2 anos, passa a viver e trabalhar em São Paulo.

 

 

Texto de Paula Borghi (setembro de 2014)

 

“…Por seus trabalhos, somos convidados a pensar em outros contextos socioculturais, visto que se trata de uma artista peruano, que estudou na Central Saint Martins em Londres – Inglaterra, de 2003-2004 e desde 2010 a 2011 realizou uma série de residências em São Paulo – Brasil, que o levou a viver em São Paulo. Contextos que se fazem presentes na série “Periodicos/Jornais”, com doze recortes de jornais pintados com geométricas brancas, sendo estes Europeu e Latino. Com um olhar mais atencioso, nota-se que os recortes correspondem ao período que o artista esteve nestes continentes, e que cada matéria aborda questões socioculturais referentes aquela época e região.

 

O mesmo faz-se presente em “Estratificaciones culturales”, onde encontramos uma mesa com uma mescla de livros da literatura brasileira e peruana, em uma espécie de quebra cabeça geométrico que conta a história político geográfica destas nacionalidades. Em “Tuñol filmes”, trabalho iniciado em 2011 na Residência da Curatoria Forense “INSID/OUT” e finalizado em 2014, o artista convida os demais residentes – do Chile, Argentina e Brasil – a construir uma narrativa de ficção para seu filme “Amor quente em Boiçucanga”. Trata-se de um trabalho autoral, porém realizado coletivamente a partir da proposição de responder um formulário e posteriormente posar para uma foto a frente do cartaz do filme.

 

Uma exposição que reúne trabalhos que se comportam individualmente cada qual com sua densidade, pois assim como a estratificação aquática, geológica e sociológica, a exposição apresenta obras em diferentes níveis, seja em pintura, instalação, desenho ou livro. Uma mostra que quando vista em sua totalidade estabelece um corpo híbrido e político, construído por muitos corpos, nações e linguagens. Por esta busca em perceber as muitas camadas culturais da produção de Barclay, tem-se a geometria como um elo condutor, uma linha que guia o olhar para uma forma pura e compreensível a todos, independente do contexto em que ela esta. Pois é através da geometria que o artista rompe as barreira da ideia de nação,  com uma forma que diz a mesma coisa independente de onde esteja.”

 

 

Até 18 de julho.

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