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AGENDA CULTURAL

Smithsonian em SP

O Museu Afro Brasil, Parque do Ibirapuera, Portão 10, São Paulo, SP, instituição da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, e a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil anunciam a abertura da exposição “Gullah, Bahia, África”.

 

A mostra apresentará ao público a vida e a pesquisa pioneira desenvolvida pelo primeiro linguista afro-americano, Lorenzo Dow Turner. Expoente acadêmico da comunidade negra americana nos anos 1930, Turner identificou a fala da comunidade gullah, do sul dos EUA, e rastreou seus registros na África e no Brasil, ligando, dessa forma, comunidades da diáspora africana através da linguagem. Originalmente criada e exibida em 2010 pelo Anacostia Community Museum, integrante da Smithsonian Institution, de Washington DC (EUA), a exposição tem curadoria da brasileira Alcione Meira Amos.

 

Fazem parte da mostra fotografias que registram o trabalho de campo do professor Turner; um painel comparando palavras usadas no gullah, inglês e português do candomblé, com as suas origens nas línguas da África; um raro registro da fala gullah e cinco vídeos, incluindo “Raízes da África: ligações entre as palavras”, mostrando falantes de línguas africanas, um americano, um gullah e um brasileiro, que repetem as mesmas palavras em cada uma das línguas, demonstrando suas raízes africanas.

 

 

Sobre a exposição

 

“Gullah, Bahia, África” conta três histórias em uma: a trajetória acadêmica de Lorenzo Dow Turner; sua jornada para desvendar um código linguístico e suas descobertas, que atravessaram continentes. Já nos anos 1930, a pesquisa pioneira de Turner demonstrou que, apesar da escravidão, os africanos trazidos aos EUA transmitiam sua identidade cultural a seus descendentes por meio de palavras, músicas e histórias.  Estudioso de várias línguas africanas, como twi, ewe, iorubá, bambara e wolof, além do árabe, Turner utilizou seu conhecimento para se dedicar à pesquisa da fala da comunidade gullah/geechee, da Carolina do Sul e da Geórgia, no sul dos EUA, até então desprezada como um “inglês mal falado”.  Os estudos de Turner confirmaram que, pelo contrário, o povo Gullah falava uma língua crioula, com elementos linguísticos próprios e da cultura de seus ancestrais africanos.

 

As explorações linguísticas pela diáspora africana levaram Turner até a Bahia, onde ele novamente validou sua descoberta a respeito das continuidades africanas.  Uma das seções da exposição é dedicada à pesquisa do Professor Turner sobre cultura afro-brasileira na Bahia, juntamente com algumas das mesmas línguas que influenciaram o gullah. Na Bahia, a sobrevivência da cultura africana pode ser percebida por Lorenzo Dow Turner particularmente no candomblé, quando integrantes dos terreiros reconheciam palavras em gravações que ele havia feito em outras partes do mundo.  Os muitos escritos de Turner incluem o livro “Africanismos do Dialeto Gullah” (Africanisms in the Gullah Dialect), publicado em 1949, que permanece como uma das principais referências para a pesquisa das línguas crioulas.

 

Encontro com a curadora da exposição Alcione Meira Amos: ”A Coleção Fotográfica de Lorenzo Dow Turner: Gullah Bahia África e os Retornados Afro-Brasileiros”(com visita à exposição)

 

Local: Museu Afro Brasil (Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Parque Ibirapuera, Portão 10, São Paulo, tel.: 11 3320-8900): 20/08, às 15h.

 

 

Sobre o Museu Afro Brasil

 

Inaugurado em 2004, a partir da coleção particular do diretor curador Emanoel Araujo, o Museu Afro Brasil construiu, ao longo de seus mais de 10 anos, uma trajetória de contribuições decisivas para a valorização do universo cultural brasileiro ao revelar a inventividade e ousadia de artistas brasileiros e internacionais, desde o século XVIII até a contemporaneidade.

 

O Museu Afro Brasil é uma instituição pública, subordinada à Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e administrado pela Associação Museu Afro Brasil- Organização Social de Cultura. Ele conserva, em 11 mil m2 um acervo com mais de 6 mil obras, entre pinturas, esculturas, gravuras, fotografias, documentos e peças etnológicas, de autores brasileiros e estrangeiros, produzidos entre o século XVIII e os dias de hoje. O acervo abarca diversos aspectos dos universos culturais africanos e afro-brasileiros, abordando temas como a religião, o trabalho, a arte, a escravidão, entre outros temas ao registrar a trajetória histórica e as influências africanas na construção da sociedade brasileira.

 

O Museu exibe parte do seu Acervo na Exposição de Longa Duração, realiza Exposições Temporárias e dispõe de um Auditório e de uma Biblioteca especializada que complementam sua Programação Cultural ao longo do ano.

 

 

Sobre o Anacostia CommunityMuseum

 

Museu integrante da Smithsonian Institution, o Anacostia está localizado em Washington DC (EUA) e abriu suas portas em 1967, como o primeiro museu comunitário do país financiado com recursos federais.  O nome atual foi adotado em 2006, quando o museu ampliou seu foco, originalmente com uma ênfase afro-americana, para examinar o impacto de questões sociais contemporâneas em comunidades urbanas.

 

 

Até 18 de outubro.

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