Celebrando 7 anos de atividades, a Mul.ti.plo Espaço Arte, Leblon, Rio de Janeiro, RJ, exibe até 20 de janeiro de 2018, exposição de telas, objetos e um múltiplo inéditos de um dos mais importantes artistas contemporâneos brasileiros, Eduardo Sued. Conhecido como um dos maiores coloristas da arte brasileira, prestes a completar 93 anos, Eduardo Sued se renova, lançando obras inéditas e cheias de vigor, nas quais a profusão de cores, uma característica de seu trabalho, é reduzida e o cinza e o preto se destacam.
Sobre o artista
Eduardo Sued. Rio de Janeiro, 1925. O primeiro contato de Eduardo Sued com a cor foi através de aquarelas, em 1948, quando estudou com Henrique Boese, herdeiro do expressionismo europeu. De 1951 a 1953 viveu em Paris. Frequentou a Académie Julien e a Académie de la Grande Chaumière, onde fazia desenhos de modelos vivos. Durante a estada na França entra em contato direto com as obras da École de Paris, de Pablo Picasso, Miró, Matisse e Georges Braque. De volta ao Brasil, passa a trabalhar com gravura em metal, sendo aluno de Iberê Camargo – e a figuração das gravuras já se revelava moderna, com certa fragmentação. O interesse por grandes áreas cromáticas e a busca por mais plasticidade levam o artista a se dedicar de forma cada vez mais intensa à pintura, em meados dos anos 1960. Em sua primeira individual, de pinturas, guaches e aquarelas na Galeria Bonino em 1968, os críticos já chamavam a atenção para a fusão da geometria com a figura, como Walmir Ayala, que descrevia o trabalho como uma “conjugação da abstração geométrica com a livre distribuição de formas do subconsciente, criando uma caligrafia do espiritual”. Sued nunca participou ativamente de nenhum movimento, se mantendo distante das disputas entre concretos e neoconcretos nos anos 1950 e das discussões sobre a nova figuração dos 1960. Vai formando sua poética abstrata pouco a pouco; após um breve período de produção figurativa, conquista já no início dos anos 1970 o domínio seguro da linguagem construtiva. Em meados dos anos 1990, introduz elementos novos em seu trabalho, como a tinta de alumínio e pinceladas espessas e descontínuas de modo que a superfície pareça ‘quase esculpida’, além de retornar à colagem, presente nos anos 1960 e 1970.