Olá, visitante

AGENDA CULTURAL

Tapeçarias de Concessa Colaço.

Mundos encantados, entrelaçamentos de formas e densidade nas cores é a proposta para conhecer de perto as tapeçarias bordadas de Concessa Colaço. Entre acabamentos primorosos e a temática romântica, que marcam sua trajetória como artista, a exposição apresenta 14 peças selecionadas pela curadora Denise Mattar.

Ao desistir da carreira musical, a artista Concessa Colaço (1929-2005), que nasceu em Portugal e naturalizou-se brasileira, emergiu na arte têxtil, influenciada por sua mãe, Madeleine Colaço. Agora, quase 20 anos após seu falecimento, a tapeceira-musicista é homenageada com a mostra “Concessa Colaço: concertos bordados”, na Arte132 Galeria, Moema, São Paulo, SP, evidenciando sua trajetória na tapeçaria. Cada tapete levava, em média, seis meses para ser confeccionado. Concessa Colaço empregava lãs e sedas naturais em seus tapetes, confeccionados com cerca de 140 mil pontos em cada metro quadrado. Além de usar o ponto arraiolo e o brasileiro – criado pela própria mãe – ela usava ainda uma variante do ponto corrido, inspirado nas tapeçarias medievais. Para obter as inúmeras tonalidades de uma mesma cor, que conferem profundidade à tecitura, criando um efeito gradual, a artista usava lãs coloridas que ganhavam outros tingimentos por cima, resultando em tons únicos. No auge de sua produção, a artista chegou a trabalhar com dez artesãs.

“Nenhum trabalho de Concessa é datado e as fontes para pesquisa de seu trabalho são muito restritas, mas é possível perceber que, nas 14 tapeçarias apresentadas na exposição, o desenvolvimento de algumas vertentes temáticas e estilísticas. Rita Cáurio, no livro “Artêxtil”, referência essencial para a tapeçaria brasileira, define o trabalho de Concessa como “um autêntico neobarroco têxtil”. De fato, existe uma faceta de sua obra na qual a artista parece retomar suas raízes portuguesas”, explica a curadora Denise Mattar.

Tapeçarias de Concessa

A década de 1990, entretanto, marcaria o encerramento do período dourado para as artes têxteis, tanto no Brasil quanto no exterior. A proposta da síntese das artes caiu em desuso e a tapeçaria perdeu espaço. Concessa, assim como muitos outros tapeceiros, não resistiu a esse momento e parou sua produção com as bordadeiras. Deixou o apartamento no Rio e se mudou para cidade de Maricá, onde residiu até seu falecimento, em 2005.

Até 14 de desembro.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Sua mensagem foi enviada com sucesso!