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Things that fit in my hand

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro apresenta a exposição individual “Gabriela Machado – Things that fit in my hand”, que apresentará uma grande e inédita instalação da artista. Conhecida por seu trabalho como pintora, ela agora vai mostrar o resultado de sua pesquisa em porcelana, em uma grande instalação composta por cerca de 250 peças, produzidas nos últimos três anos. Esta é a primeira exposição individual da artista no MAM. A curadoria é de Fernando Cocchiarale.

 

No amplo espaço do segundo andar do Museu, que tem 1.800 metros quadrados de área, estará uma grande mesa, de 16m x 3,5m, onde serão colocadas as esculturas em porcelana, com formas e tamanhos variados, que vão de 3cm a 80cm. Grande parte delas estará sobre bases, criadas pela própria artista em materiais diversos, como madeira, argila, porcelana, gesso e silicone. Estas bases possuem desenhos e texturas. A cor, um  elemento marcante em seu trabalho como pintora, também estará presente em algumas peças. Algumas bases, como as de argila, serão produzidas no próprio MAM, durante o processo de montagem, que levará cerca de dez dias.

 

Gabriela Machado vê nas esculturas um desdobramento de seu trabalho de pintura, onde produz obras em grandes dimensões. Os mesmos elementos encontrados nelas aparecem nas esculturas – cor, gesto, camada e, principalmente, a curiosidade da artista pelas possibilidades dos materiais. “As esculturas trazem muito da minha pintura, como a questão do barroco, do gesto… Elas têm o mesmo olhar, é um trabalho irmão. Tanto nas  pinturas quanto nas esculturas, trabalho com a questão do olhar, da base e do espaço”, conta a artista.

 

 

Trabalho corporal

 

Outra relação entre as pinturas e a escultura é o trabalho corporal. Para realizar suas pinturas, Gabriela Machado coloca grandes painéis no chão e pinta com nanquim em bastão, com movimentos rápidos, andando sobre a tela. As esculturas também exigem o trabalho corporal. “Uso a argila da porcelana por ser este um material bastante resistente e, ao mesmo tempo, maleável. Através dessa fluidez, consigo construir tudo o que a força da minha mão permite, pois este é o fio condutor do trabalho: fazer até o limite da força, da percepção e das possibilidades que o material pode alcançar”, afirma a artista. As esculturas não trazem as mesmas cores fortes e vibrantes das suas pinturas, mas a cor está presente na instalação, tanto em algumas peças quanto em algumas bases. Chamam a atenção algumas peças com cores mais intensas, que foram produzidas em Portugal. “O esmalte português é mais colorido que o daqui. As peças produzidas lá têm cores mais fortes”, explica.

 

O trabalho de Gabriela Machado traz muitas influências do barroco. A relação da artista com a arte vem desde criança. "Morava em uma casa do século 18, com afrescos pintados por José Maria Villaronga. Meu pai gostava muito do cuidado com a recuperação dos afrescos e da arquitetura da casa. Pude assistir de perto a riqueza desse trabalho detalhado, ao longo da minha infância", conta. Formada em arquitetura e urbanismo, Gabriela Machado participou de trabalhos de restauração antes de se dedicar exclusivamente às artes plásticas, a partir de meados dos anos 1980.

 

 

Sobre a artista

 

Gabriela Machado nasceu em Santa Catarina, em 1960. É formada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Santa Úrsula. Estudou gravura, pintura, desenho e teoria da arte na Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Suas mais recentes exposições foram a coletiva “Múltiplos” (2015), do projeto Carpe Diem – Arte e Pesquisa, no Palácio das Artes, em Lisboa; “Para o pequeno lago verde” (2014), no Museu do Açude, Rio de Janeiro; o trabalho “Caderno” (2014), no Oi Futuro Flamengo, e a mostra “Rever”, no Paço Imperial (2012), no Rio de Janeiro. Ganhadora do prêmio “Mostras de artista no exterior”, do Programa Brasil Arte Contemporânea, da Fundação Bienal de São Paulo (2010), em 2011 realizou a exposição “Os Jardins de Lisboa em Gabriela Machado”, na instituição Carpe Diem, em Lisboa. No mesmo ano, participou da coletiva II Mostra do Programa Anual de Exposições do Centro Cultural São Paulo. Em 2010, participou da mostra “Coisário Cassino Museu”, onde exibiu as duas obras doadas ao Museu da Pampulha através do Prêmio Marcantonio Vilaça de Artes Plásticas. Em 2009, realizou a exposição “Doida Disciplina”, na Caixa Cultural do Rio de Janeiro e de São Paulo. Em 2008, foi contemplada com o Prêmio Marcatonio Vilaça em aquisição coletiva da Fundação Ecco, Brasília. Dentre suas exposições individuais destacam-se ainda a mostra “Desenhos”, no CCBB Rio (2002); as exposições no Centro Universitário Maria Antônia (2002), em São Paulo, na Neuhoff Gallery de Nova York  (2003), e no Largo das Artes (2007), no Rio de Janeiro; e o “Projeto Macunaíma” (1992), na Funarte, no Rio de Janeiro. Das exposições coletivas destacam-se: “Desenho Contemporâneo” (2002), no CCBB São Paulo e na Caelum Gallery, em Nova York; “Novas Aquisições Coleção Gilberto Chateaubriand” (1998), no MAM Rio; a mostra no Paço Imperial (1998), no Rio de Janeiro; 1ª Bienal Nacional da Gravura (1994), em São Paulo; a mostra no Centro Cultural São Paulo (1993); X Bienal do Desenho de Curitiba (1991); Projeto Macunaíma (1992/1990), na Funarte, no Rio de Janeiro, entre outras. O trabalho de Gabriela Machado está presente em importantes coleções brasileiras, como as de Gilberto Chateaubriand/MAM Rio de Janeiro, José Mindlin, George Kornis, João Carlos Figueredo Ferraz, Charles Cosac, Museus Castro Maya, Instituto Brasileiro de Arte e Cultura, Centro Cultural Cândido Mendes, Fundação Catarinense de Cultura (MASC), Fundação ECCO, do Museu de Arte da Pampulha, e do Centro Cultural São Paulo. Faz parte também da coleção da Squire, Sanders & Dempsey (Arizona, EUA), Arizona State University Art Museum (Arizona, EUA) e Ted G. Decker (Arizona, EUA).

 

 

De 21 de maio a 03 de julho.

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