Anita Schwartz Galeria de Arte, Gávea, Rio de Janeiro, RJ, apresenta, a partir do dia 15 de julho, a exposição “Trajetórias em Processo 3”, com 28 de obras de dez artistas selecionadas pelo curador Guilherme Bueno. Como nas edições anteriores, a ideia da exposição é apresentar trabalhos de artistas “cuja produção encontra-se em um momento decisivo, marcado pela consolidação da maturidade poética”. O curador ressalta que não há um fio condutor nem tema comum entre os trabalhos, a não ser o fato de todos os artistas estarem em um momento profissional semelhante. No entanto, é possível ter algumas leituras acerca das obras.
Na exposição, serão apresentadas obras em diferentes técnicas e suportes, como pinturas, desenhos, fotografias, objetos, esculturas e instalações, produzidas entre 2010 e 2015 pelos artistas Andrei Loginov (Berlim), Anton Steenbock (Rio), Daniel Albuquerque (Rio), Daniela Mattos (Rio), Fyodor Pavlov (Moscou), Guilherme Dable (Porto Alegre), Lucas Sargentelli (Rio), Marina Weffort (São Paulo), Romy Pocztaruck (Porto Alegre) e Thomas Jefferson (Rio), que não fazem parte do grupo representado pela galeria.
No dia da abertura, o artista Lucas Sargentelli fará uma performance nas redondezas da galeria. “Trata-se de uma caminhada em que se perceberão detalhes arquitetônicos, texturas e outros aspectos do percurso. É uma proposição que ele desenvolve já faz algum tempo”, explica o curador Guilherme Bueno. Durante a caminhada, alguns elementos coletados na rua serão levados para a galeria e expostos no contêiner, que fica no terceiro andar.
A palavra do curador
“Podemos às vezes pensar cruzamentos entre a abordagem de cenários e paisagens pela Romy e a Daniela, mas eles têm caminhos e significados próprios. Em outros casos, refletir sobre a escultura contemporânea nos casos do Daniel, Thomas, Anton e Marina. Seguindo um outro percurso, a relação com a bidimensionalidade nas pinturas do Guilherme e nas obras da Marina. Contudo, minha ênfase é justamente na diversidade e independência, privilegiando uma visão aberta da produção contemporânea, deixando que nesse caso, os pontos de contato entre as obras se façam intuitivamente.”.
“Os artistas convidados a participarem da edição de 2015, cada um por um viés próprio, apontam-nos para um feixe – dos inúmeros possíveis – a atravessar a condição atual da arte. Com isso pode-se explorar desde o paradoxo de uma tradição do readymade (passando, ademais por outro paradoxo – o dele ver-se exposto a uma irônica paráfrase de artesania), à obsedante inquietação provocada pelo poder conferido às imagens ou, igualmente desafiador, a possibilidade de a arte – independente ou decididamente crítica ao seu sistema assentado – tensionar sua lógica produtiva (que pode abarcar o debate em torno de sua institucionalização ou uma estrutura de trabalho a extrapolar a convencional rotina do ateliê).”.
“Um aspecto presente em todas as edições é a atenção à pluralidade de linguagens, privilegiando um olhar aberto sobre a arte contemporânea, afortunadamente irredutível a simplificações. Isso nos leva, inclusive, a refletir o quanto, nesse contexto, uma certa dinâmica de heterogeneidade e hibridismo permite, inclusive, que práticas mais atreladas a uma ‘historicidade’ da arte (como, por exemplo, a pintura e a escultura), para além da assimilação de questões vindas de outros meios, se vejam dispostas a rearticular seus próprios termos.”.
De 15 de julho a 22 de agosto.